A dúvida é frequente e já terá passado, certamente, pela mente de quase todos os condutores: porque é que a velocidade real não é a mesma que surge indicada pelo velocímetro no painel de instrumentos?

Na gíria, convencionou-se chamar ‘Erro de Velocímetro’ a este facto, bastando um simples navegador de GPS (também ele não totalmente fidedigno devido a discrepâncias na sua leitura) para perceber que a velocidade real difere daquela que é indicada pelo ponteiro (ou pelos dígitos no caso de ser um painel digital) do velocímetro no painel de instrumentos, sendo que a variação também não é igual de carro para carro, havendo diversos fatores que influenciam esse avanço no indicador da velocidade momentânea.

É sabido que os fabricantes têm de precaver uma série de condicionantes para a utilização dos seus veículos, como o desgaste dos pneus e a modificação das dimensões das jantes e dos pneus, pelo que a margem de variação acaba também ela por ser diferente de carro para carro.

O que é seguro é que todos os velocímetros estão projetados para mostrarem uma velocidade ligeiramente superior à real, havendo mesmo uma lei comunitária que estabelece o formato e tipo para este tipo de medição. De acordo com a Directiva [SIC] 75/443/CEE do Conselho, de 26 de junho de 1975, é obrigatória a existência de uma diferenciação entre os valores lidos e reais, sendo proibido que os velocímetros apresentem uma informação de velocidade inferior à real. Ou seja, o que se vê no velocímetro pecará sempre por excesso, garantindo, com isso, que o condutor não excede o limite de velocidade para cada local.

A normativa europeia estabelece até a forma precisa do ensaio do velocímetro (a três velocidades – 40 km/h, 80 km/h e 120 km/h ou 80% da velocidade máxima especificada pelo fabricante, se esta última for inferior a 150 km/h) e uma fórmula de cálculo específica para obter o chamado erro de velocímetro.

De forma natural, a alteração do diâmetro dos pneus terá influência no erro de velocímetro, havendo veículos com erro quase nulo e outros com erro maior, sendo comum que o mesmo aumente conforme a velocidade também aumenta. Ainda que a dimensão dos pneus se altere, a norma europeia determina que a velocidade real nunca deve ser, ainda assim, inferior à lida no velocímetro.

Poder-se-á dizer, assim, que esta é uma forma de aumentar a margem de segurança dos condutores na sua condução diária e de precaver as diversas condicionantes que influem na vida útil de um veículo, sobretudo na ordem da mudança de pneus.

Note, ainda, que a mudança nos pneus pode originar ainda ligeiras variações no odómetro – que mede a distância percorrida – mesmo que as divergências sejam marginais.

Digital ou analógico: há diferenças?

Na verdade, além de serem mais fáceis de ‘ler’, os velocímetros digitais, cada vez mais em voga, também contam com um ‘erro’ de leitura da velocidade, fazendo com que se mantenha uma diferença entre a velocidade real e a mostrada no velocímetro.

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