Muitos dos condutores insistem em fazer tiradas longas de condução, ignorando sinais de cansaço – psicológico e físico – que podem ser prejudiciais atrás do volante. No limite, a fadiga, sobretudo durante a noite, pode-se traduzir no facto de adormecer enquanto conduz, podendo vir a causar um acidente grave.

Nestes casos, convém ter presente uma noção muito simples: não se consegue combater o sono de forma 100% eficaz. Quando se instala o estado de sonolência, há um adormecimento das reações e da própria capacidade cognitiva, pelo que a condução com sonolência deve ser completamente evitada, sob risco de adormecer ao volante.

A sonolência acaba por ser o primeiro sinal real de vontade de dormir, resultando de um dia inteiro em que o cérebro vai produzindo químicos para ajudar a dormir, sendo no seu estado limite, que o cérebro ‘ordena’ o adormecimento. Daí que possa estar numa mesa de restaurante, na casa de amigos ou até num festival de música e só lhe apeteça é dormir. O mesmo se passa ao volante, mesmo que a responsabilidade aqui seja muito maior, na medida em que se trata de um ‘jogo’ com vidas humanas.

a carregar vídeo

Sem controlo na forma como o sono aparece e com uma rapidez que pode ser alarmante, muitos condutores tentam combater o estado, seja pela ingestão de líquidos (geralmente água, mas há quem tente também os refrigerantes e café), seja pelo aumento do volume do rádio. Nenhum deles vai surtir efeito a curto-prazo. A única solução é mesmo dormir.

Assim, se é fundamental estar bem descansado (com uma boa noite de sono atrás) antes de ir conduzir, caso sinta os seus efeitos numa fase ainda muito inicial – os bocejos são um bom indicador, mas também o cansaço geral – o melhor é encostar e fazer uma sesta de 15 a 30 minutos.

Um dos sites mais interessantes em termos de assuntos de prevenção rodoviária é o do Transport Accident Commission (TAC) de Victoria, na Austrália, que dedicou muita atenção à condução sob efeitos de sono e apresenta, numa lista elaborada em colaboração com o Centro de Pesquisa Colaborativa para a Vigilância, Segurança e Produtividade, diversos sinais de sonolência comportamental e física.

No lado comportamental, nota para as dificuldades na concentração e redução na capacidade de atenção, tempos de reação mais lentos, estado de alerta menos conseguido, mudanças de humor, pensamentos desconexos, maior propensão para a fixação num único assunto ou pensamento, aumento dos erros ao volante, incapacidade de manter uma trajetória reta na via de rodagem ou uma velocidade constante e procura de estímulos externos para manter a atenção, como abrir os vidros ou aumentar o volume do rádio.

No lado físico, a sensação de sonolência, naturalmente, a que se juntam o pestanejar frequente ou mais lento, olhar mais pesado e menos atento, esfregar os olhos, aumento do número de bocejos, inquietação, dificuldades na manutenção da cabeça levantada (as chamadas ‘cabeçadas’ na atmosfera) ou pequenos lapsos temporais em que se acaba por dormir por breves instantes.

A melhor forma de evitar todos estes sintomas é dormindo uma pequena sesta, com uma duração entre os 15 e os 30 minutos que consegue reduzir a pressão do sono. A mesma pode decorrer num dia em que a noite anterior tenha sido mal passada, surgindo como compensação ou antes de uma ação muito prolongada ou cansativa, agindo-se assim proativamente. De acordo com o site da TAC, “uma sesta de 15 minutos é como recarregar o telemóvel”.

Trajetos longos em autoestrada, onde as circunstâncias induzem a alguma monotonia, especialmente de noite, podem ser igualmente fatores de sonolência ao volante, sendo aqui a velocidade um fator mais severo a ter em conta. Para combater o estado de fadiga ao volante, muitas marcas contam hoje com sistemas de alerta para o condutor, que avisam quando é que deve fazer uma pausa para descansar.

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.