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A frequência do uso de bicicleta baixou em Portugal, contrariando a tendência europeia, indica o Barómetro de Mobilidade da Europ Assistance, que analisa as tendências de mobilidade em oito países. Este e outros dados serão analisados na talk “Tendências de Mobilidade 2024”, organizada pelo Motor24 em parceria com a seguradora.

 

Os portugueses estão a reduzir a sua fatura com mobilidade e, em 2024, deixaram de ser aqueles que mais pagam para se deslocarem. Gastam 132 euros mensais, em média, o que representa uma descida significativa de 18 euros face ao que despendiam em 2022, indica o Barómetro de Mobilidade 2024 da seguradora Europ Assistance. Mas 10% gastam mais de 200 euros para irem trabalhar ou estudar. A baixa do custo dos combustíveis, a generalização do teletrabalho ou dos novos passes metropolitanos substancialmente mais baratos (Navegante e Andante) podem ajudar a contextualizar esta descida.

Apesar da poupança dos dois últimos anos, os portugueses continuam a suportar um custo mensal 24 euros acima do dos seus vizinhos espanhóis nas despesas com combustível, portagens, estacionamento, transportes públicos ou meios partilhados, táxi e TVDE. No grupo dos oito países europeus analisados pelo barómetro, Portugal consegue, ainda assim, pontuar abaixo do orçamento médio, que se fica nos 147 euros e que até subiu oito euros em relação ao barómetro de 2022. O novo líder da tabela é, agora, a Bélgica (€194), seguida da Áustria (€192), Alemanha (€153), Itália (€138), Portugal (€132), França (€131), Chéquia (€125) e Espanha (€108). Estes dados foram apurados num inquérito online realizado entre dezembro de 2023 e janeiro deste ano

Os dados do barómetro vão ser a base do debate “Tendências de Mobilidade 2024”, a decorrer no dia 23 de abril, às 11h00, no site do Motor24. O painel será composto por João Horta e Costa, Chief Commercial Officer da Europ Assistance Portugal, Dora do Rosário, Diretora de Marketing da Santogal, e Tiago Lopes Farias, Professor do Instituto Superior Técnico.

Os portugueses indicam os motivos profissionais e os pessoais à cabeça das razões para a evolução dos seus hábitos de mobilidade

Menos bicicletas

Outro traço que distingue os hábitos de mobilidade dos portugueses entre dezembro e janeiro é o arrefecimento da apetência pela bicicleta. Ao arrepio da tendência europeia, 28% dos inquiridos disseram estar a usar a bicicleta elétrica pessoal com menos frequência do que há cinco anos e 25% disseram estar a usar menos a bicicleta pessoal convencional.

O inquérito da Europ Assistance indica que “Portugal diminuiu significativamente a utilização de meios de mobilidade alternativa, especialmente no uso da bicicleta”, que caiu 13 pontos percentuais (face a 2022). O mesmo aconteceu, de resto, com o carsharing e a partilha de boleias. Mas, ao mesmo tempo, o estudo assinala uma tendência de crescimento do uso dos transportes públicos.

O transporte público representa 15% dos meios de mobilidade diária, mas prevê-se que essa percentagem deverá continuar a aumentar para atingir os 16% registados na média dos países europeus em análise. De acordo com os dados do estudo, os portugueses andam menos a pé do que os seus pares europeus (26% contra 33%) e utilizaram mais a viatura pessoal (35% contra 28%). Andar a pé, usar o carro e os transportes coletivos são, de resto, os três principais meios de mobilidade dos portugueses.

Entre os portugueses inquiridos, 89% têm uma viatura pessoal no seu agregado familiar carro individual e, na sua grande maioria, não ponderam abdicar dele. São os jovens que mostram mais propensão (40%) para deixarem de ter viatura pessoal.

Jovens querem mais mobilidade “soft”

No seu conjunto, os jovens europeus preferem cada vez mais opções de mobilidade “soft” em comparação com a população em geral, com 72% a utilizar os transportes públicos e 50% bicicletas normais. A utilização de bicicletas elétricas é também relevante neste grupo etário. Têm também um orçamento mensal de mobilidade mais elevado, com uma média de 214 euros, em comparação com a média geral de 147 euros. Este facto pode estar potencialmente ligado à sua maior utilização de outras opções de mobilidade.

Um dado relevante que poderá indicar um potencial de transferência para uma mobilidade mais sustentável é o facto de só 5% viverem a uma distância superior a 50 km entre casa e o trabalho. Ou seja, a maioria dos inquiridos vive relativamente perto do local de trabalho, podendo, em muitos casos, percorrer essa distância por bicicleta, trotinete, ou transporte público. Isto numa perspetiva de redução das emissões de gases com efeito de estufa, essencial para atingir o objetivo da neutralidade carbónica com que Lisboa se comprometeu já em 2030 e Portugal em 2045.

De qualquer forma, os portugueses indicam os motivos profissionais e os pessoais como razões principais para a evolução dos seus hábitos de mobilidade. Em terceiro lugar surge a preocupação com o custo dos transportes, em quarto a situação familiar e só em quinto manifestam a preocupação de reduzir a emissão de gases com efeito de estufa.

O barómetro conclui que, para além das questões financeiras e ambientais, o teletrabalho também ocupou um papel central para a evolução dos hábitos de mobilidade. As questões financeiras também parecem estar relacionadas com o envelhecimento do parque automóvel: é em Portugal que os inquiridos dizem ter mais veículos com mais de dez anos (23% contra uma média europeia de 14%).

O custo é a principal barreira a comprar um veículo elétrico, ainda mais do que no ano passado, enquanto as preocupações relacionadas com os pontos de carregamento diminuíram

Seguros e canais digitais

No que diz respeito aos hábitos relacionados com os seguros, o estudo indica que um terço dos utilizadores têm um seguro para a sua bicicleta ou trotinete. É uma taxa em crescimento na Europa, mas em Portugal 41% diz não ter ainda uma cobertura de Micro mobilidade. Outra tendência que se verifica é o interesse em ter um seguro baseado na proteção individual, cobrindo todas as viagens e meios de mobilidade: 48% dos portugueses manifestaram estar interessados neste tipo de solução. Quanto ao custo dos seguros automóvel, Portugal é o segundo país com valor anual de mais baixo (€415), apenas ultrapassado pela Chéquia (€257). A média europeia está nos 616 euros.

Outro indicador onde os portugueses se destacam é a clara preferência pelos canais digitais, sobretudo WhatsApp, no relacionamento com as seguradoras para pedidos de assistência: só 64% valorizam um atendimento tradicional (contra 84% na média europeia), com 46% a preferirem um contacto digital por meio de um aplicativo ou web app e 43% a optarem por um agente virtual, acima da média europeia também.

Para acompanhar esta tendência, em Portugal, a Europ Assistance acaba de lançar um novo canal para pedidos de assistência a partir do WhatsApp, proporcionando aos clientes uma experiência de contacto mais simples, uma resposta mais rápida e uma comunicação mais acessível. Este novo canal permite aos clientes efetuarem pedidos de reboque de forma totalmente autónoma, eliminando a necessidade de esperar pelo atendimento de um operador, melhorando a sua experiência com o serviço de assistência”, afirmou João Horta e Costa, Chief Commercial Officer da Europ Assistance.

Veículos elétricos e a barreira do custo

Em Portugal, o custo de aquisição é a principal barreira para comprar um veículo elétrico, ainda mais do que no ano passado, enquanto as preocupações relacionadas com os pontos de carregamento diminuíram. Os portugueses são os que mais valorizam a compra de um veículo elétrico por questões de poupança de combustível e preocupações ambientais. Os potenciais compradores de veículos elétricos têm um perfil distinto: são maioritariamente homens, urbanos, jovens e ativos. Estão mais sensíveis ao meio ambiente, mas também estão amplamente motivados para a compra de veículos elétricos devido ao aumento dos custos de combustível. De acordo com os inquiridos em Portugal, a assistência em viagem aos veículos elétricos (61%) e o mapeamento de estações de carregamento (55%) são os primeiros serviços que podem ajudar numa crescente utilização deste tipo de viaturas. Em terceiro lugar surge o mapeamento de oficinas para manutenção/reparação dos veículos (47%).

O segundo Barómetro de Mobilidade da Europ Assistance foi realizado pelo IPSOS através de um inquérito online a 8 mil indivíduos (amostras representativas de 1.000 pessoas por país). Fundado em 1963 o Grupo Europ Assistance foi pioneiro nos serviços de assistência e apoia clientes em mais de 200 países através de uma rede de 750 mil parcerias e 57 filiais e sucursais. Em Portugal há 30 anos, a Europ Assistance conta com uma oferta abrangente de soluções nas áreas de negócio automóvel, viagem, saúde, lar e família e serviços de concierge. “A sua missão – You Live We Care – é cuidar daqueles que confiam em si e estar ao lado dos clientes em todas as situações que envolvem a necessidade de assistência, a qualquer hora, em qualquer lugar”, refere a empresa.

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