Portugal aguardava intensamente o início da tarde para ver, ao vivo ou na televisão, a segunda prova do mundial de Fórmula 1.
O Autódromo do Estoril e as atenções, naquela tarde, estavam centradas o “desconhecido” piloto, não-McLaren, que – de fato preto Lotus – tinha conquistado a pole position no dia anterior. Numa corrida disputada sob intensa chuva, o brasileiro Ayrton Senna viria a ganhar uma corrida épica e onde apenas o segundo classificado, o italiano Michele Alboreto, em Ferrari, viria a terminar na mesma volta, mas, mesmo assim, a mais de um minuto.
Ainda hoje recordamos proeminentes figuras do automobilismo da época. Um plantel de galácticos, diriam uns. Uma constelação de estrelas, admitem outros. Nomes como o do francês Alain Prost, do austríaco Niki Lauda (falecido no ano passado) ou do britânico Nigel Mansell perpetuaram-se até hoje. Nomes suficientes para nos recordar o melhor que a Fórmula 1 teve. Mas também Ayrton Senna, o menos premiado de todos naquela altura. Nunca tinha vencido uma corrida. Até àquele dia. Em Portugal.
Não raras vezes, o prestígio associado àquele Lotus leva-nos às mais belas recordações daquela corrida. A primeira vitória no autódromo português daquele que viria a ser umas das mais brilhantes lendas da Fórmula 1 deixou uma marca bem profunda em Portugal. Em nota de rodapé, fica uma curiosidade. A marca de cigarros John Player Special Black – a mesma que “vestia” o carro que Senna guiou nesse dia – é líder de vendas em Portugal, o que não se verifica em mais nenhum outro mercado.
Inegável a força e o impacto no coração dos portugueses naquela tarde chuvosa de 21 de abril de 1985. Olhando hoje, à distância de 35 anos, somos obrigados a admitir que foi algo inimaginável e quase inacreditável. O Lotus John Player Special tinha ganho no Estoril!
João Pedro Lopes
Corporate Affairs da Imperial Tobacco (marca detentora da John Player Special)