Ekstrom: O sueco versátil que ‘domina’ os Audi de 560 CV

04/05/2017

É um sueco versátil, desde miúdo habituado ao mundo das competições. “Tentei ser piloto de ralis, experimentei várias vezes, nas estradas no meio das florestas, em particular no inverno, mas não tinha mesmo jeito e o melhor foi arrepiar caminho”.

Esta confissão é de Mattias Ekström, o bicampeão do DTM que o ano passado conquistou o título mundial de ralicrosse (WRX), tendo destronado outro nórdico: o norueguês Petter Solberg.

O piloto da Audi, vencedor da Corrida dos Campeões (ROC), mantém no WRX estreita ligação à marca dos anéis. Criou a sua própria estrutura, que batizou com as letras vistas nas laterais do Audi A5 do DTM – EKS – e lançou-se na aventura do regresso a um mundo familiar.

“O meu pai fazia ralicrosse, preparava o carro e era o patrocinador e eu desde muito novo que me habituei a viver no paddock”, recorda o sueco que vai já em 17 temporadas no DTM.

Em 2013, o Europeu de Ralicrosse foi oportunidade que surgiu através de Jan Markklund. “Porque não tentar?” A aposta correu bem e o segundo lugar alcançado, “com grande surpresa”, deu ânimo para prosseguir a caminhada.

“O ambiente do ralicrosse é completamente diferente, há muito mais relax e a empatia com o público é enorme. O campeonato está a crescer imenso, a ganhar enorme notoriedade e a prova está no facto de, na primeira vez que vim a Montalegre, montei apenas uma tenda e agora foram três, ocupando uma área muito mais alargada, pois trouxemos três carros”, salienta Ekstrom, que tem Toomas Toppi Heikkinen e Reinis Nitiss como colegas de equipas, embora este último tenha o estatuto de piloto-cliente.

Com a ajuda de Janne Ljungberg, atual diretor técnico da equipa, de alguns mecânicos e amigos a EKS ganhou forma e músculo. A temporada seguinte foi de aprendizagem, “embora o objetivo principal fosse o DTM”. Desse modo, 2014 foi uma temporada marcada por participações esporádicas. “Mesmo assim, ainda ganhei na Suécia”, relembra Ekström.

A primeira época com um programa completo começou, precisamente, em Montalegre, no ano seguinte, ou seja, em 2015.

Os chassis dos Audi S1 EKS RX Quattro foram construídos pela Audi Bélgica e os motores – 560 CV de potência e 750 Nm de binário – desenvolvidos pela Lema Motors.

“O Ralicrosse é, de longe, o mais barato dos campeonatos do Mundo FIA. É mais acessível que o WRC”, revela o sueco, sem adiantar, no entanto, números exatos. Apesar de não existir qualquer restrição para testes, nem de quilómetros, nem de custos.

“O orçamento da equipa é flexível, mas uma época pode custar qualquer coisa como dois milhões de euros; tudo depende dos toques sofridos, dos problemas mecânicos que surjam. Temos o apoio da Audi, marca que é um parceiro e acreditou no nosso projeto, mas não podemos ser considerados uma equipa oficial. Alguns técnicos da marca dão o seu apoio nas provas e contamos com o desenvolvimento do carro ao longo do período de inverno”, refere Mattias Ekstrom.

Em Montalegre, a estrutura contou com 40 pessoas para apoio aos três Audi S1 EKS RX Quattro, ou seja, menos cinco elementos que em Barcelona, na jornada anterior.

“Este é um plano a três anos, que já deu o título em 2016, mas se não tivermos apoio, deixamos o campeonato e paramos”, promete Ekström.

No entanto, a presença, em Montalegre, de técnicos e responsáveis de topo da estrutura desportiva da Audi, deixaram perceber que o projeto não é só do piloto sueco…

Aliás, estará na forja um plano para tornar o WRX um campeonato de veículos elétricos, tomando como exemplo o norte-americano Global Ralicrosse. As corridas são de curta duração, o que favorece a participação dos elétricos.

No entanto, na próxima época, Audi vai apostar na Fórmula E.

Quanto a Mattias Ekström, atual detentor do título e imbatível esta temporada, vamos, decerto, continuar a vê-lo em ação no WRX. A razão é muito simples: «o Mundial de Ralicrosse custa menos 20 por cento do DTM».

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