O aumento do número de veículos elétricos na estrada pode trazer problemas de estabilidade à rede elétrica, cuja capacidade para lidar com o expectável aumento de consumo energético pode dificultar a proliferação destes veículos e à própria capacidade de distribuição de eletricidade a um nível geral.

No caso premente do estudo levado a cabo pela Green Alliance, a análise está centrada na rede energética do Reino Unido, que aparenta estar subcapacitada para fazer face ao aumento do número de veículos elétricos e Plug-in nas estradas, podendo ter como consequências a redução na voltagem e a danificação de equipamentos elétricos devido a picos e a quebras no fornecimento da energia.

“O futuro mercado energético do Reino Unido não será apenas composto por consumidores passivos que compram energia a partir de estações energéticas grandes e distantes, será cada vez mais propriedade e operada pelos consumidores que irão instalar tecnologias de distribuição de energia. Estas novas e compactas tecnologias de pequena escala não irão tirar lugar à necessidade de energia em larga escala e descarbonizada. As grandes estações energéticas e redes vão continuar a ser essenciais e vão providenciar a maioria da energia com um custo menor do que as tecnologias de pequena escala num largo período futuro”, refere o estudo, descrevendo que esses componentes de baixa escala têm por base vetores de energia eólica, solar, de bombas de calor, de baterias e de veículos elétricos, as quais têm uma propriedade tendencialmente privada. Da parte contrária, de grandes dimensões e geridas pelo Estado, encontram-se vertentes de energia nuclear, eólica, turbinas e de marés, por exemplo.

Segundo o estudo, bastariam seis carros elétricos a carregar em proximidade uns dos outros para prejudicar a estabilidade da rede elétrica num pequeno bairro, por exemplo, indicando que uma alternativa para contornar este problema numa primeira fase passaria pelo investimento em dispositivos ‘inteligentes’ de carregamento capazes de transferir o carregamento das baterias para as horas de ‘vazio’ e não influenciar a segurança da rede. A ‘devolução’ de energia elétrica à rede por parte dos EV em momentos de pico de consumo de eletricidade (aquilo que as marcas denominam Vehicle to Grid ou V2G) é outra forma apontada para auxiliar a rede elétrica, mas nos primeiros tempos, a dificuldade deverá manter-se no campo da estabilidade.

A Green Alliance aponta, no seu documento, que dentro de sensivelmente uma década, em 2025, poderão existir cerca de 700 mil veículos elétricos no país, o que poderá resultar em apagões energéticos se a rede não for reforçada e atualizada de acordo com as novas exigências. Outra das formas de manter a rede ‘saudável’ passará pela crescente utilização de energia proveniente de fontes renováveis, como a solar, algo que em Portugal é muito bem aproveitado.

No Reino Unido, o aumento da instalação de painéis solares representa uma boa maneira de consolidar a rede de eletricidade e promover o ‘desapego’ a fontes poluentes ou a combustíveis fósseis.

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