Reinaldo Rodrigues/Global Imagens
Os táxis com mais de 17 anos passam a estar impedidos, a partir de hoje, de circular no centro de Lisboa, terminando desta forma o período de exceção para adaptação à terceira fase das Zonas de Emissões Reduzidas (2015), em vigor desde 2015, que deixou os táxis de fora por mais dois anos.

Contudo, esta segunda-feira (3 de julho), os táxis com mais de 17 anos deixam mesmo de poder circular no centro da cidade de Lisboa. A terceira fase do ZER trouxe maiores restrições à circulação de veículos ligeiros na Baixa de Lisboa (rua Alexandre Herculano, praça do Comércio, Cais do Sodré e Campo das Cebola) e, depois, até Entrecampos, sendo válida das 07:00 da manhã às 21:00 da noite.

Poucos táxis afetados

A medida, porém, não deverá ter grande impacto nos profissionais do setor. Sem revelar números, a Federação Portuguesa do Táxi (FPT) revelou à Agência Lusa que os veículos afetados pelo fim do período de exceção deverão ser poucos, já que, “num universo total de aproximadamente 3.500 táxis em Lisboa, a maioria dos associados FPT, bem como a maioria dos restantes profissionais, já têm veículos com matrícula posterior ao ano 2000, promovendo assim um ambiente de superior qualidade”.

De acordo com a FPT, o esforço financeiro para esta adaptação foi, em média, de 16 mil euros (sem IVA) por veículo novo, aproveitando também para criticar a “inércia” da autarquia para atuar junto de outros setores de transportes: “Infelizmente, o esforço do setor táxi não foi acompanhado pelos veículos ‘tuk-tuk’, que continuam a poluir a cidade de Lisboa perante a inércia da Câmara Municipal de Lisboa na regulação de tal serviço turístico”, acrescentou a FPT.

Também sem adiantar números, a ANTRAL — Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros indicou que “neste momento já haverá muito poucos carros abrangidos por essa medida”, que considerou “absurda”, por “não fazer sentido que os táxis sejam licenciados pela câmara para exercer a atividade no concelho e depois venha a autarquia a impor uma medida a impedir a circulação dos táxis em determinadas zonas desse concelho”.

A ANTRAL acrescentou ainda que recentemente os seus associados “não se têm queixado, nem manifestado desconforto, por essa situação”, nem chegou à associação a informação de qualquer coima relativa a alguma infração, o que pode “levantar a questão de como é que a fiscalização está a ser feita”.

A Lusa questionou a Câmara de Lisboa para saber quantos carros foram multados nos últimos anos por circularem nas Zonas de Emissão Reduzida (ZER), como tem sido feita a fiscalização e qual o acompanhamento que foi feito à adaptação dos carros no caso específico dos táxis, mas até ao momento não obteve resposta.

A associação Zero considerou na sexta-feira que os valores de poluentes prejudiciais para a saúde são elevados na avenida da Liberdade, em Lisboa, apesar das ZER, e pediu mais fiscalização à circulação dos automóveis antigos. “Não há suficiente fiscalização e continuamos a ver automóveis antigos a frequentar a zona da Baixa”, mesmo tendo em conta a exceção para moradores, disse a ambientalista Carla Graça, em declarações à agência Lusa.

Com Lusa