Ensaio Renault Captur TCe 120

06/08/2017

O bestseller da Renault e líder do segmento dos SUV compactos, foi renovado e aparece agora de cara lavada e novos níveis de equipamento. O design ficou um pouco mais moderno e continua com argumentos sólidos para manter a liderança. Testámos a versão a gasolina, com 120 cv.

Foi lançado em 2013 e desde então passou a ‘encher’ as estradas nacionais e europeias – já vendeu mais de 200 mil unidades. A Renault operou já este ano uma atualização que mantém quase tudo na mesma (continua a ser um modelo com 4,12 metros de comprimento e construído na plataforma do Clio), mas dá-lhe um ar um pouco mais moderno com um restyling cirúrgico.

Os principais rivais são o Peugeot 2008, o Ford Ecosport, o Nissan Juke e o Suzuki Vitara. Já as motorizações não mudaram: a diesel é possível optar entre a versão dCi 90 cv e de 110 cv. A gasolina além do TCe de 120 cv também há a de 90 cv.

A nível estético as alterações passam pela adoção da nova assinatura luminosa em forma de “C”, que também já faz parte dos modelos mais recentes, e dos novos faróis que agora são Full LED. Agora há um filete cromado na grelha frontal e proteções em plástico cromado nas zonas inferiores dos pára-choques dianteiro e traseiro.

A marca também apostou na personalização do Captur, com a possibilidade de serem oferecidas mais de 30 combinações de cores para corpo e tejadilho, tal como as jantes em liga leve de 17”, assim como os farolins em LED. Estas duas opções fazem parte do equipamento de série da versão Exclusive, que contempla ainda no interior forras amovíveis dos bancos – com fechos de correr e velcro –, aplicações em cromado acetinado nas saídas de ar, friso na consola central, moldura dos altifalantes e base da alavanca da caixa de velocidades.

O interior teve algumas melhorias nos revestimentos e com a presença do ar condicionado automático, do sistema multimédia NavEvolution 3.0 com ecrã tátil de 7”, entre outros. Quem quiser investir, pode escolher extras como o sistema R-Link, que além do ecrã tátil, tem a já típica na Renault navegação TomTom, Bluetooth, Audio Streaming e entrada USB (590€).

O que continua a registar números muito interessantes é a bagageira, de 455 litros usando todo o espaço disponível (chega aos 1.235 litros com os bancos rebatidos), já o espaço do habitáculo é razoável (os bancos de trás podiam ser mais espaçosos).

Na estrada

O motor a gasolina que testámos, TCe de quatro cilindros, 1.2 litros de 120 cv, tem respostas prontas que chegam a entusiasmar – consegue chegar aos 100 km/h em 9,9 segundos. Com boas recuperações, dá-se bem com as ultrapassagens e mesmo que não seja o SUV com melhor insonorização, consegue conjugar bem a performance, com o conforto (que não é a melhor do segmento) e a facilidade de condução. A caixa de seis velocidades está bem escalonada e também ajuda a tornar a condução divertida, se quisermos aumentar um pouco o ritmo e ‘jogar’ com as mudanças de caixa.

Pode não ser pensado para o todo o terreno, mas é versátil o suficiente para se dar bem no fora de estrada – inclui uma altura ao solo de 170 mm. Podia ter melhor brecagem, para as manobras na cidade, mas dá-se bem em ambientes urbanos e também nas curvas, com uma suspensão que nem oscila muito – mantém um bom equilíbrio –, nem é demasiado rígida, não prejudicando o conforto.

Apesar de ser um SUV compacto, conseguimos sentir solidez e segurança no bestseller da Renault, que tem uma direção previsível e fiável e mostrou no nosso teste alguns ruídos parasitas – nada de significativo.

A manchar ligeiramente a boa performance neste motor a gasolina, estão os consumos, sendo fácil atingir os 8 ou 9 / 100 km de médias em circuito misto (urbano e autoestrada) – a marca anuncia médias combinadas de 5,5 l / 100 km. Quem quiser poupar mais no combustível, pode optar pela opção a diesel, que é a mais popular do modelo em Portugal mas tem outro inconveniente bem relevante: o preço. Mesmo nesta versão a gasolina mais potente, com 120 cv (€20.630), a diferença para o diesel com melhor performance, o dCi de 110 cv, quatro mil euros.

Veredito

Uma receita de sucesso que está mais atual e continua convincente. O Captur é um SUV compacto, pensado para ser viável para a família, que acaba por ser bem completo entre a performance na estrada e o que oferece a nível de espaço e caraterísticas. O motor a gasolina de 120 cv surpreende pelas respostas, mas também (e de forma negativa) pelos consumos. Não há bela sem senão.

MAIS – Performance; Agilidade; bagageira

MENOS – Consumos; espaço dos ocupantes de trás

Ficha Técnica

Motor 4 cilindros em linha, injeção direta, turbo, gasolina

Cilindrada (cm3) 1197

Diâmetro x curso (mm) 72,2 x 73,1

Potência máxima (cv/rpm) 120/5000

Binário máximo (Nm/rpm) 205/2000

Tracção dianteira

Tipo Transmissão caixa manual de 6 vel.;

Suspensão (fr/tr) tipo McPherson / barra de torsão

Dimensões e pesos (mm) Comp./largura/altura 4122 / 1778 / 1566

Peso (kg) 1195 kg

Capacidade da bagageira (l) 455

Depósito de combustível (l) 45

Prestações e consumos aceleração 0-100 km/h (s) 9,9; velocidade máxima (km/h) 182; Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) 4,7/7/5,5; emissões de CO2 (g/km) 125;

Preço da versão ensaiada (Euros) €20.637 (nível de equipamento Energy Exclusive)

João Tomé

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