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Opel Insignia GSI 2.0 Biturbo D: Desportivo também pode ser Diesel

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Automóveis desportivos com motorização Diesel não são uma escolha muito tradicional, cabendo esse papel usualmente aos blocos a gasolina. No entanto, a Opel faz frente aos padrões instituídos e lança uma versão desportiva Diesel do seu novo Insignia. E fá-lo logo com recurso à sigla GSi, com longa tradição na companhia de Rüsselsheim.

Sabendo já que as versões de base do Insignia de nova geração representam um enorme passo em frente a todos os níveis, sobretudo em matéria de agilidade dinâmica, a variante desportiva GSi traz consigo um reforço dessa sua competência de condução, graças a uma série de melhorias técnicas introduzidas numa versão que teve um longo período de desenvolvimento em traçados como o Nürburgring.

A estética é robustecida com diversos elementos características: no para-choques dianteiro, destaque para duas grandes molduras metalizadas nas entradas de ar laterais e na tampa da mala surge um ‘spoiler’ de dimensões consideráveis, para gerar carga aerodinâmica adicional a velocidades elevadas. No habitáculo sobressaem bancos dianteiros de tipo ‘bacquet’, forrados a couro, que são exclusivos desta versão, e um volante com base plana. Ambos contribuem para um ambiente desportivo e Premium, com uma posição de condução elogiável pela ergonomia oferecida. O espaço no habitáculo é igualmente merecedor de elogios, sobretudo atrás e na bagageira, aqui com um volume que vai de 490 a 1450 litros graças aos bancos traseiros rebatíveis em 40/20/40.

Qualquer viagem pauta-se ainda pelo exímio trabalho de isolamento acústico, que atenua em grande medida o ruído exterior. A este respeito, note-se a presença de um pack de isolamento acústico adicional (300€).

Agilidade reforçada

Tecnicamente, a suspensão do Insignia GSi recebe molas mais curtas em 10 milímetros e amortecedores de alto desempenho que procuram reduzir os movimentos da carroçaria. Os travões Brembo, com pinças de quatro êmbolos, e a direção assistida foram adaptados à nova configuração desportiva, embora se destaque ainda pela adoção do sistema de controlo eletrónico FlexRide, capaz de reagir em frações de segundo para ajustar, entre outros, a pressão dos amortecedores e a assistência da direção. Este atua de acordo com modos específicos como o Tour (mais suave e confortável) e o Sport (mais desportivo), embora qualquer um deles prime pelo refinamento de amortecimento.

As diferenças não são muito evidentes a este nível de acordo com o modo selecionado, ainda que exista um óbvio endurecimento da suspensão em modo Sport. A sensação predominante é a de um executivo sempre muito composto nas trajetórias, possibilitando alguns abusos até pelo notável equilíbrio em curva e pelo bom ‘feeling’ oferecido pela direção. Uma das razões é a adoção de tração integral com vetorização de binário, o que permite passagens em curva velozes e com estabilidade, mesmo quando se provoca um pouco mais. Para o efeito, no eixo traseiro existem embraiagens multidisco nas rodas, o que faz variar a entrega da potência de forma distinta para cada roda. Sensores analisam a trajetória, a velocidade e o ângulo da direção, compensando eventuais perdas de motricidade. Um sistema elaborado que é muito eficaz. Exclusivo do GSi é o modo ‘Circuito’, ativado através do ESP, que permite maior liberdade na condução e potenciais derrapagens de traseira.

O chassis desportivo do Insignia GSi surge associado aos pneus Michelin Pilot Sport 4S, montados em jantes de 20 polegadas que, além do estilo mais ‘musculado’, permite melhor comportamento dinâmico. De forma interessante, também não é por aí que o conforto a bordo é afetado, o que reforça o bom trabalho efetuado nas ligações ao solo.

Diesel intenso

Para esta versão GSi, a marca alemã recorre a um bloco de dois litros com dois turbocompressores, o que lhe confere uma potência declarada de 210 CV e um binário de 480 Nm, valores que servem como boas declarações de intenções. Pujante e muito rápido a subir de regimes, este motor bi-turbo concede prestações de alto nível, tanto em acelerações (7,9 segundos dos zero aos 100 km/h), como em recuperações, aqui tirando partido da muito eficiente caixa de oito velocidades, com patilhas (pequenas…) atrás do volante para controlo sequencial/manual.

Rápido, portanto, em qualquer situação, conferindo aptidões claramente mais desportivas a uma imagem também muito forte e apelativa. As muitas atenções que chamou foram disso exemplo…

A unidade de controlo do sistema FlexRide também consegue intervir ao nível da resposta do acelerador e da caixa automática, variando os seus parâmetros de atuação de acordo com o modo selecionado.

O consumo médio anunciado é de 7,0 l/100 km, o que numa condução realista até nem difere muito do que se pode obter no computador de bordo. A média do nosso ensaio foi de 8,6 l/100 km, o que mostra adaptação a uma utilização real. Isto se tivermos em conta que o propósito do Insignia GSi é mais desportivo.

O preço desta variante GSi Grand Sport é de 67.600€, o que coloca o Insignia GSi bi-turbo num patamar elevado, embora tenha uma lista de equipamento de série muito completa que torna a relação custo/benefício mais atraente para o comprador. Entre esses elementos contam-se os faróis de matriz LED IntelliLux e múltiplos sistemas de assistência à condução, com destaque para o Alerta de Colisão Dianteira Iminente com deteção de peões e travagem automática de emergência.

VEREDICTO

O Insignia GSI assume-se como um desportivo de cariz refinado, que eleva as sensações de condução sem, no entanto, colocar em causa aquela que é a genética do Insignia nesta sua nova geração: requinte, conforto, eficácia no comportamento, rapidez de respostas e lista de equipamento de série muito completa. Esta conjunção de fatores ajuda a explicar o custo de base em versão GSi que, não sendo o mais acessível, tem credenciais que o demarcam na gama (os impostos lusos, um fado, não ajudam).

Contudo, mais do que olhar para este GSi como um desportivo ‘puro e duro’, vale a pena pensar esta variante de motor Diesel como uma opção de fino recorte capaz de chamar a atenção pelo visual e de combinar em ótima medida a dinâmica de precisão tipicamente alemã com a qualidade de rolamento em todos os tipos de piso. O motor de 2.0 litros bi-turbo é outro trunfo graças ao ‘pulmão’ que eleva o ritmo sem dificuldades sem fazer pesar a conta dos abastecimentos.

Enfim, rapidez e eficácia: dois atributos do GSi Biturbo D que salientam uma base já de si muito bem conseguida. Mesmo que a letra ‘D’ possa não ser a que mais se associa à palavra desportivo. Para maiores emoções – a tal aura ‘pura e dura’ – poder-se-á esperar pela variante OPC…

FICHA TÉCNICA

OPEL INSIGNIA GSI GRAND SPORT 2.0 BITURBO D

Motor: Diesel, quatro cilindros em linha, injeção direta, bi-turbo, intercooler
Cilindrada: 1956 cm3
Potência: 210 CV às 4000 rpm
Binário máximo: 480 Nm às 1500 rpm
Suspensão Dianteira: Multibraços, independente McPherson, adaptativa
Suspensão Traseira: Multibraços, independente, adaptativa
Tração: Integral (Twinster) com vetorização de binário
Caixa: Automática, oito velocidades
Aceleração (0-100 km/h): 7,9 segundos
Velocidade máxima: 233 km/h
Consumo médio (medido) em l/100 km: 7,0 (8,6)
Emissões de CO2: 186 g/km
Peso: 1772 kg
Bagageira: 490-1450 litros
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4910/1871/1445
Distância entre eixos (mm): 2829
Pneus: 245/35 R20
Preço base (ensaiado): 67.600€ (71.540€)

Mais: Requinte geral; comportamento ágil; motor com respostas dinâmicas, visual desportivo.

Menos: Visibilidade do condutor pelo óculo traseiro; preço.