O Toyota RAV4 é um modelo de sucesso da marca nipónica. Quando foi lançado, em 1994, inaugurou os SUV compactos no mercado dos automóveis: um três portas que se tornou no primeiro 4×4 urbano. Passados mais de 20 anos o RAV4 continua a acompanhar a evolução da tecnologia e assume-se cada vez mais como um familiar ideal para passeios fora do asfalto.

A grande novidade do último lançamento é a versão híbrida, que conjuga um motor 2.5 litros a gasolina com um elétrico, debitando 155 CV, e tração dianteira – a integral é opcional. Trata-se de um modelo muito equilibrado, com consumos moderados, condução suave e na generalidade silencioso – só numa aceleração mais abusiva se ouve o som do motor, que se deve à caixa automática CVT (Transmissão Variável Contínua).

O ensaio foi feito na versão Hybrid Comfort, com o Pack Sport, que apresenta mais soluções nos extras – aquilo que vai para além da condução, mas que acaba por proporcionar uma melhor experiência – em comparação com a versão Active – a mais básica. Como jantes em liga leve com 18 polegadas de diâmetro, botão de auto-start, painel de instrumentos, aquecimento nos bancos do condutor e dos passageiros e com revestimentos em camurça.

O consumo que o fabricante anuncia é de 5,0 l/100 km, um valor facilmente ultrapassável: num percurso misto, entre vias rápidas, estradas sinuosas e caminhos de terra batida, e em alguns momentos com picos de aceleração provocada pela adrenalina, registou uma média 7,1 l/100 km. Em autoestrada, os consumos tornaram-se menos controláveis, mesmo com o cruise control ligado, já que é o motor a gasolina que o faz andar. Dada a sua robusteza, não há milagres. Um dos aspetos mais positivos é no para-arranca, não por estar parado no trânsito mas pela motorização híbrida se tornar bastante interessante: parece que está desligado e regista um (quase) inexistente consumo. Claro que ninguém gosta de estar num engarrafamento, mas tudo se torna mais fácil num habitáculo calmo e confortável como este.

O RAV4 mostrou-se muito estável, com bom desempenho em curvas apertadas e seguro nas travagens. A posição de condução é mais elevada, própria dos jipes, mas com um interior tecnológico e bem insonorizado. Numa estrada feita de buracos as suspensões não se portaram nada mal, até surpreenderam pela suavidade.

No volante estão os principais atalhos e no ecrã do painel de instrumentos, de 4.2 polegadas a cores, é disponibilizada toda a informação relativa ao veículo durante a condução. No tablier, o ecrã de 8 polegadas é o suficiente para apresentar as opções habituais da música e do telefone, assim como dos mapas de navegação e da câmara de vídeo traseira. As imagens dão jeito para estacionar, porque é tão leve nas manobras que parece sempre mais curto. Até se esquece que, para trás dos bancos traseiros, ainda existem 500 litros de bagageira. Pelo menos espaço no interior não falta.

A aposta da Toyota na motorização híbrida não é de agora. Em 2015, anunciaram ter atingido na Europa a venda de 1 milhão destes automóveis, desde que o modelo Prius foi lançado há 18 anos. As vantagens mais óbvias são as baixas emissões poluentes, assim como a manutenção e o desgaste de peças que dispensa um motor híbrido, como embraiagem, alternador, motor de arranque, correia de distribuição e até o próprio desgaste dos travões que é mínimo.

A marca garante ainda que 60% de todos os veículos híbridos vendidos no mundo são Toyota ou Lexus – a sua marca topo de gama. E todas as suas versões, agora lançadas, apresentam sempre uma opção híbrida. Ainda continuam a evoluir, a apresentar novas soluções e a conquistar o mercado aos poucos, mas não há dúvidas de que este é o futuro, como dizem os especialistas.

Texto: Nuno Mota Gomes

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