O conceito de carsharing (partilha de automóveis) está para ficar e promete vir a ser uma das formas de mobilidade do futuro, demarcando-se pela sua facilidade de utilização, baixos custos e transparência na utilização. Esta é uma das ferramentas que, apostando igualmente na disseminação de dispositivos móveis e dos seus avanços, promete impor-se, assim, como uma das alternativas à propriedade do automóvel dentro das grandes cidades.

Mas, o futuro da mobilidade continua rodeado de grandes interrogações, começando a aparecer cada vez mais alternativas neste âmbito. Em Portugal, uma das companhias do género é a CarAmigo, que se demarca pela possibilidade de disponibilizar às pessoas um molde de aluguer ‘peer-to-peer’ de carros partilhados para quem necessite de se deslocar.

De acordo com a companhia, o proprietário de um carro “pode recuperar parte das despesas que tem com o mesmo através da sua partilha com outros”, sendo que a CarAmigo garante confiança e segurança graças a uma “filtragem” de todos os condutores e ao seguro contra terceiros e danos próprios.

A CarAmigo aponta que, em média, o carro próprio apenas é utilizado em “5% do tempo”, além dos custos elevados que a sua propriedade pode acarretar em termos de manutenção, impostos, estacionamento e seguros, entre outros. Ou seja, o que esta companhia propõe é uma maior circulação ou rentabilidade do veículo, quando o seu ‘dono’ não precisa dele para se deslocar.

A empresa-mãe da CarAmigo, a Sharonomy, Ltd., foi criada em dezembro de 2013, tendo por objetivo fomentar a ideia de ‘economia de partilha’. De resto, existe uma base sustentada para a CarAmigo, uma vez que funciona em parceria com a Tranquilidade e com a Europ Assistance.

Para os integrantes desta rede de partilha, a CarAmigo desenhou várias medidas de segurança como a verificação de todos os locatários (cada locatário que se registar na plataforma é submetido a uma verificação minuciosa de perfil e todos os dados são confirmados, não havendo nenhum aluguer até que a fiscalização de toda a informação seja concluída), a avaliação e comentários ( além das verificações feitas no momento do registo, a cada locatário é dada uma classificação de 1 a 5 após cada transação) e o pagamento do seguro (é impossível a um usuário alugar um carro sem ter feito o pagamento).

É precisamente nesse pressuposto que assenta a ideia de carsharing de forma geral ou seja, no de redução de custos através de uma utilização partilhada, algo que é apontado como um dos movimentos do futuro para as cidades.

Outras companhias têm implementado no nosso país a sua visão de mobilidade sustentada, havendo já, uma série vasta de prestadores de serviços no âmbito do carsharing, como são os casos, também, da CityDrive, ou até da rede Carsharing PT lançada pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP).

Visão mais próxima da realidade

Neste mesmo sentido, outra companhia, a car2go, prevê que este mercado irá crescer exponencialmente, encontrando-se agora numa fase ainda de desenvolvimento.

“Todas as tendências socioeconómicas atuais justificam o carsharing flexível: a urbanização, a digitalização progressiva e o desejo das gerações mais jovens de utilizar em vez de possuir”, indica Thomas Beermann, CEO da car2go Europe, uma companhia integrada pela Daimler, marca alemã que detém a Mercedes-Benz e smart. “Não é surpresa que o setor esteja a explodir. Em média, a cada 1,3 segundos, é alugado um carro da car2go. E isto é apenas o princípio”.

Esta empresa dispõe de mais de dois milhões de utilizadores e mantém uma tendência de crescimento. Um estudo da empresa de consultoria Frost & Sullivan prevê que o número de utilizadores de carsharing se multiplique por cinco em todo o mundo, dos 7.9 milhões atualmente, para os 36.7 milhões em 2025.

Por outro lado, o futuro do carsharing passa pelo carro elétrico, com a promoção da tecnologia elétrica para a mobilidade a permitir uma melhoria da qualidade do ar e a redução do ruído, ao mesmo tempo que as autoridades das cidades começam a impor restrições à circulação de veículos com os tradicionais motores de combustão interna. Em 2025 surgirão em maior número, igualmente, os veículos autónomos, permitindo de igual forma uma melhoria da segurança e da comodidade para o utilizador/condutor.

Mais cidades a aderirem

São cada vez mais as cidades que aderem ao sistema de carsharing: no Reino Unido, foi agora lançada a aplicação Turo, que permite alugar o veículo a quem necessite ao estilo de AirBnB, numa primeira fase ainda muito focada no mercado das frotas antes de se expandir para o de clientes particulares. O funcionamento desta companhia tem uma premissa muito semelhante à da CarAmigo acima explicada, em que o proprietário de um veículo pode alugar o seu automóvel a quem necessite mediante o pagamento de uma taxa.

Em Madrid, surgiu também no dia 19 de dezembro um novo serviço de carhsaring denominado emov (‘move’, ao contrário), que coloca à disposição dos cidadãos e turistas daquela cidade espanhola um leque de 500 veículos elétricos da Citroën.

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