M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Várias viagens de comboio tornaram-se icónicas. O Expresso do Oriente, o Expresso Trans-Siberiano ou o Rocky Mountaineer, nos Estados Unidos. Mas há outra viagem de comboio que permite ver um continente inteiro, ligando duas grandes cidades separadas por quase 3000 km, passando pelo meio de um terreno inóspito, selvagem e inconquistável pela civilização. E essa viagem faz-se no comboio de passageiros mais comprido do mundo: o Ghan.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O Ghan foi inaugurado em 1929, inspirando-se nas caravanas de camelo que percorriam o Afeganistão, mas foi apenas em 1980 que ligou o norte e o sul da Austrália por caminho-de-ferro. Milhares de pessoas aproveitam para fazer esta viagem, para turismo, negócios ou motivos familiares. Costuma ter cerca de 30 carruagens, com o operador a anunciar um comprimento médio de 744 metros, quase o dobro do seu congénere mais próximo. Mas é possível este valor crescer, podendo atingir 44 carruagens e ultrapassar 1,2 quilómetros de comprimento. É normal o comboio ultrapassar um peso total de 1400 toneladas, a velocidades entre os 85 e os 115 km/h.

Apesar desta velocidade, o Ghan demora 54 horas, ou quase quatro dias, a fazer a viagem de 2979 km entre Darwin, na costa norte da Austrália, a Adelaide, no oposto sul, e passando por Alice Springs, no centro do continente. É normal o comboio passar por algumas zonas florestais e montanhosos, mas principalmente por terrenos quase desérticos, a centenas de quilómetros da civilização mais próxima. O Ghan oferece todas as comodidades para quem quer fazer a viagem completa, incluindo vagão-restaurante e cabines para dormir. Mas nem todos podem viajar nele. Devido à duração da viagem, o longo comboio apenas vai de um ponto ao outro do país uma vez por semana.

 

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