A Audi adiantou-se às suas rivais Premium e tornou-se na primeira companhia de automóveis de gama superior a construir uma fábrica no México, a qual irá dedicar a sua produção ao novo Q5. Contudo, este SUV, que promete ser um dos lançamentos mais importantes do ano e um dos modelos de extrema importância para a Audi, servirá também de exemplo para a forma como Donald Trump irá avaliar os veículos feitos no México e importados para os Estados Unidos da América.

Leis laborais mais flexíveis e salários mais baixos têm sido elementos muito atrativos para diversos construtores que têm vindo a apostar no México para a produção de novos veículos. Marcas como a Mazda, General Motors, Nissan, Honda e Toyota têm já unidades fabris naquele país, mas em breve também a BMW deverá construir a sua primeira fábrica no México, em San Luis Potosi, onde irá produzir o Série 3 para o continente norte-americano.

Contudo, com a chegada de Donald Trump à presidência dos EUA, os fabricantes têm sido ‘ameaçados’ com a imposição de taxas acessórias de 35% para os modelos produzidos no México e enviados para os EUA, procurando desta forma motivar as marcas a construir as suas fábricas no país.

Com o Audi Q5 a mostrar-se como um dos lançamentos mais importantes da marca dos quatro anéis e com o mercado norte-americano a ser um dos mais importantes em termos de vendas, surge também a dúvida se o novo SUV será também afetado com a imposição de taxas acessórias. Até aqui, a Audi tem passado ao lado de críticas, mas atendendo à posição do presidente norte-americano quanto à possibilidade de a BMW produzir os seus Série 3 no México e à sua troca de palavras recente com diversas figuras da Alemanha, existe a possibilidade de a marca do Grupo Volkswagen ser também apontada pela sua produção mexicana.

A fábrica de San José Chiapa demorou cerca de quatro anos a construir e teve um custo de cerca de 1.3 mil milhões de dólares, sendo aí que se irá produzir, de forma dedicada, o novo Q5 para exportação global.

Trump tem sido bastante veemente na defesa dos interesses norte-americanos no que à indústria automóvel diz respeito, procurando levar para os EUA as fábricas de produção automóvel, mas as duas companhias alemãs poderão ser ‘cartas fora do baralho’, já que a BMW não pretende abdicar da construção da sua fábrica em San Luis Potosi e a Audi tem já o seu investimento feito no México, assegurando aqui os mesmos padrões de qualidade doutras unidades.

A Audi cresceu 4% nos EUA em 2016, mesmo com o cenário das emissões poluentes ainda na mente de muitos dos norte-americanos, pelo que o novo Q5 será essencial para a manutenção da tendência de crescimento da marca alemã.

Sobre a possibilidade de as medidas de Trump afetarem esse aumento, Scott Keogh, presidente da divisão americana da Audi, desvalorizou essa eventualidade em declarações recentes à Bloomberg. Keogh admitiu que o mais importante “é a estabilidade” e que “como uma marca global”, a marca produz veículos em diversos pontos do mundo e que irão adaptar-se às regras que surgirem nos EUA.

De qualquer forma, naquela mesma intervenção, Keogh não colocou de parte a possibilidade de investir nos EUA, lembrando que a marca tem já um forte investimento no país, sobretudo na sua rede de concessionários.

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