Ou ele, ou nós! Honda põe condições para negociar com Nissan

19/02/2025

A Honda Motor pôs em cima da mesa as condições que considera essenciais para retomar as negociações com a Nissan para a formação do quarto maior fabricante automóvel do mundo.

 

Muito simplesmente, a Honda Motors fez saber à Nissan que as negociações só avançarão se Makoto Uchida sair. É a versão num negócio multimilionário do tradicional “ou ele, ou nós!”.

O Financial Times dá a notícia, citando fontes conhecedoras das negociações. Segundo o conceituado jornal britânico, a Honda só aceita continuar a conversar desde que o atual CEO da Nissan abandone o cargo.

Recorde-se que o segundo e terceiro maiores fabricantes automóveis do Japão, atrás da Toyota, estiveram em conversações concretas com vista à sua unificação e à criação do quarto maior fabricante automóvel do mundo.

Contudo, essas conversações fracassaram a semana passada. A notícia de que a Honda pode voltar à mesa das conversações é animadora principalmente para a Nissan, que atravessa uma grave crise.

A Nissan recusou-se comentar a notícia do Financial Times, enquanto a Honda disse que a notícia não era algo que tivesse sido anunciado.

As conversações para a fusão com a Honda foram interrompidas em pouco mais de um mês devido – disseram fontes à Reuters – ao orgulho da Nissan e ao alarme insuficiente sobre a sua situação, bem como à proposta da Honda de transformar a sua congénere mais pequena numa subsidiária.

O Financial Times noticiou que a Honda está disposta a reavivar as negociações com um chefe da Nissan que possa gerir mais eficazmente a oposição interna. O CEO da Honda, Toshihiro Mibe, disse na semana passada que a sua empresa não planeia lançar uma oferta hostil de aquisição da Nissan.

A Nissan tem estado a trabalhar num programa de recuperação ao abrigo do qual planeia reduzir a sua força de trabalho em 9.000 pessoas e a capacidade de produção global em 20%.

Uchida, o CEO da Nissan, manifestou a sua intenção de ficar até 2026, mas está a enfrentar pressões para se demitir nos próximos meses por parte dos membros do conselho de administração e do parceiro francês Renault na sequência do fracasso das negociações com a Honda.

O conselho de administração da Nissan também iniciou discussões informais sobre o momento da saída de Uchida, informou ainda o Financial Times.