O novo 5008 seguiu a tendência da moda e passou de monovolume a SUV. Mais espaço, qualidade e tecnologia, com sete lugares para grandes viagens de verão azul. Chega em junho com preços a partir dos 32 mil euros
Pergunta para queijinho. Numa apresentação internacional de automóveis como se reconhece o tipo do design dos outros executivos e engenheiros da marca?
A resposta é fácil — é o único que usa cachecol.
À minha frente, no jantar após a conferência de imprensa, está sentado o tipo do cachecol. Chama-se Yann Beurel, é francês e foi ele que liderou a equipa responsável pelo design exterior do novo Peugeot 5008, cuja apresentação internacional à imprensa decorreu em Portugal, trazendo até nós 600 jornalistas de 30 países.
A conversa com Beurel começou sobre a qualidade do peixe português. Estive a vender-lhe o nosso peixinho, até ser servido ao jantar um peixe de hotel, que é basicamente um peixe de águas internacionais, igual em todos os hotéis do mundo, sensaborão, mais molho, menos molho.
Depois foi a vez de Beurel me vender o peixinho dele — o Peugeot 5008 — e explicar como transformou um carro que era um monovolume, num SUV. “O desafio era criar mais espaço a bordo e lugar para sete ocupantes, portanto concentramo-nos em desenhar uma traseira que não traisse a aparência SUV do 3008, mas oferecesse maior versatilidade.”
Beurel foi também o responsável pelo design exterior do consagrado Peugeot 3008, que este ano foi eleito Carro do Ano Internacional e Carro do Ano em Portugal. Como a metade da frente do 5008 é igual ao 3008, a Peugeot pretende agora prolongar o sucesso do seu SUV compacto, acrescentando-lhe centímetros e mais dois lugares extra. O 5008 é no fundo a versão longa e em média 1700 euros mais cara (dependendo da motorização) do 3008.
O Peugeot 5008 começa a ser vendido em junho com preços a partir dos 32 mil euros e vai pagar Classe 1 nas portagens.
De Lisboa à Serra da Arrábida
Para conhecer as qualidades dinâmicas do 5008 a marca francesa desenhou um percurso de test-drive entre Lisboa e a Serra da Arrábida. Mesmo sabendo que as versões Diesel (de 120, 150 e 180 Cv) ainda vão merecer a preferência dos clientes, optei pela versão com o motor a gasolina 1.2 Pure Tech de 130 Cv conjugada com caixa automática de 6 velocidades. Fico sempre curioso em saber como é que um motor pequeno, que há meia dúzia de anos estava reservado a citadinos, hoje consegue puxar um SUV com as dimensões e o peso deste 5008.
Mas antes de me fazer à estrada, vou explorar o espaço a bordo e a eficácia dos lugares adicionais. O que impressiona em primeiro lugar é o espaço, especialmente para os passageiros da segunda fila. O acesso é fácil já que as portas são grandes e os bancos da segunda fila podem mover-se longitudinalmente em 15 cm para dar mais folga às pernas dos passageiros da terceira fila, onde cabem dois adultos de estatura mediana.
Uma das novidades do 5008 é a possibilidade de se retirarem os dois bancos suplementares, oferecendo um espaço de carga adicional para as bagagens. O único problema é que a montagem e desmontagem dos bancos está ao nível das montagens dos móveis da IKEA; não é nem fácil, nem intuitiva. Mas a versatilidade que oferece um carro que pode rebater todos os bancos e criar um espaço de carga quase ao nível de um furgão de mudanças, é notável.
Depois sento-me ao volante, o tal pequeno, cortado por cima e por baixo, como o do 3008. Aliás, todo o design e funcionalidades são idênticos ao do 3008 e dão um ambiente a bordo futurista, quase aeroespacial. A Peugeot chama a todo este cenário i-cockpit e é isso que parece, um cockpit de um avião. Os comandos são intuitivos e fáceis de manusear, não faltam espaços de arrumação para espalhar a tralha e o nível de equipamento é state of the art para este segmento.
Das tecnologias de auxílio à condução, passando pelos sistemas de segurança ativa e passiva e terminando nos sistemas de infoentretenimento (ligações USB, bluetooth, conexão com smartphones, navegação, etc), o Peugeot 5008 oferece o melhor que o dinheiro pode comprar em equipamento.
Bem envolvido pelo confortável banco, rolo em ritmo tranquilo pela Ponte Vasco da Gama, apreciando a boa insonorização a bordo e a facilidade de condução deste automóvel de largas dimensões. São essas mesmas dimensões que são postas à prova nas fabulosas estradas da Serra da Arrábida e aqui o 5008 mostra não estar como peixe na água. O seu mar são as auto-estradas, não as estradas de montanha.
É competente em ritmo lento, serpenteando pelas curvas e oferecendo até bom “feeling” de condução — graças a uma direção precisa e a uma suspensão eficaz, mas quando se puxa mais pelos 120 Cv do motor, notam-se algumas dificuldades de tração, especialmente em sequência de curva e contracurva. Agilidade não é a melhor qualidade do 5008, mas de um carro feito para transportar 7 pessoas e ainda se poder aventurar em trajetos off road, também não se estava à espera da fogosidade de um GTi.
O motor surpreendeu pela capacidade de servir um carro com este peso em toda a gama de utilização, exceto na de um traçado de montanha. Mas, o mais importante é a qualidade de vida a bordo, e essa é garantida. Estaciono o 5008 no Portinho da Arrábida e encontro o nosso amigo que desenhou este carro. Digo-lhe apenas — aqui sim, come-se um bom peixinho.
PREÇOS
Peugeot 5008 |
ACTIVE |
ALLURE |
GT LINE |
GT |
1.2 PureTech 130 cv S&S CVM6 |
32.380 € |
34.380 € |
36.680 € |
– |
1.2 PureTech 130 cv S&S EAT6 |
– |
35.780 € |
38.080 € |
– |
1.6 BlueHDi 120 cv CVM6 |
34.580 € |
36.580 € |
38.880 € |
– |
1.6 BlueHDi 120 cv EAT6 |
– |
38.390 € |
40.690 € |
– |
2.0 BlueHDi 150 cv CVM6 |
– |
– |
42.480 € |
– |
2.0 BlueHDi 180 cv EAT6 |
– |
– |
– |
46.220 € |
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