Novo Golf: Comandos por gestos e motor 1.5 TSI em estreia

15/02/2017

Chamar o Volkswagen Golf de novo pode parecer surpreendente já que as alterações de design são subtis, mas o popular modelo compacto da marca alemã foi mesmo sujeito a um extenso trabalho de atualização.

Sendo o carro mais vendido no mercado europeu em 2016 (com mais de 500 mil unidades matriculadas no Velho Continente), o Golf goza de um estatuto muito particular, pelo que a Volkswagen não terá encontrado razões para mexer em demasia na imagem do seu ‘best-seller’. Uma interpretação muito forte da célebre expressão ‘em equipa que ganha não se mexe’.

“Um Golf será sempre um Golf”

Foi com esta afirmação que um dos responsáveis da Volkswagen resumiu a renovação do Golf para o ano de 2017. Assim se explica que o modelo tenha uma face tão tradicional, envergando os conceitos típicos da marca a reboque de princípios como a “diversão ao volante, habitabilidade, eficiência, espaço a bordo e intemporal”. Para a Volkswagen, a expressão intemporal é mesmo uma das que mais se pode utilizar para definir o Golf, mesmo quando entra numa nova fase tecnológica.

Assim, sem mudar muito, o Golf está definitivamente diferente. Sobretudo na parte que não se vê. Mas, puxando por ‘olho clínico’, irá ver as mudanças. Por fora, beneficia de novidades na grelha dianteira e no para-choques, mas também nos faróis, que agora podem beneficiar de iluminação LED (de série consoante a versão). O radar dos sistemas de assistência à condução (para o cruise control adaptativo ou para o assistente dianteiro) passa também a ter um novo esconderijo, oculto atrás do logótipo dianteiro da Volkswagen.

Na traseira, os farolins têm agora iluminação LED mesmo na versão de base Trendline e novos elementos cromados, percetíveis sobretudo na secção inferior do para-choques traseiro.

Mas se no exterior, as diferenças são detetáveis por trabalho de análise mais prolongada, o interior recorre a uma maior tónica na tecnologia. Assim, o painel de instrumentos de 12.3 polegadas Active Info Display marca presença à frente do condutor, sendo facilmente personalizável, havendo ainda cinco perfis diferentes para a apresentação das informações ao condutor. De série no nível mais completo Highline, GTI e GTD.

Mas, mais relevante é a nova tecnologia de controlo por gestos dos novos sistemas de infoentretenimento que aparecem agora no Golf. Tendo alterado todos os sistemas anteriores por uma nova geração de sistema Modular, existem agora novos ecrãs táteis de diferentes medidas com 6.5″, 8.0″ e de 9.2″, sendo estes dois últimos os únicos oferecidos em Portugal. O controlo por gestos, que permite alternar estações de rádio ou outras funcionalidades multimédia, está presente no sistema de topo Discover Pro com ecrã de 9.2 polegadas, sendo a entrada numa nova geração de funcionalidade. Basta deslizar a mão à frente do ecrã e é fácil mudar de estação de rádio ou de faixa de áudio quando reproduzida de uma fonte de streaming, por exemplo.

Além disso, é a geração do online. Tudo está disponível para acesso online, podendo ligar os smartphones (MirrorLink, Android e Apple iOS) ao sistema do novo Golf e, noutra funcionalidade, permitir até abrir a porta de casa remotamente através de uma aplicação denominada ‘DoorBird’. Com ela, o condutor poderá saber quem está a tocar à campainha e permitir o acesso ou não à sua casa, mesmo estando distante. Uma funcionalidade que recorre a uma ligação a câmara como as que se encontram à entrada de prédios. A conectividade online está ainda presente nos serviços “Guide & Inform” e o novo serviço Car-Net “Security & Service”.

Por outro lado, as tecnologias de segurança foram também aumentadas e revistas: o novo Golf tem Travagem Automática de Emergência com deteção de peões (Front Assist), assistente de emergência para casos de acidente e, noutra tecnologia útil, controlo semiautónomo do veículo em casos de engarrafamento em velocidades até aos 60 km/h. O Emergency Assist está presente com um objetivo de segurança reforçada, ao detetar perdas de atenção ou outros problemas de condução, tratando de enviar sinais (numa primeira fase) e parar o veículo em segurança caso o condutor falhe uma resposta.

Motor 1.5 TSI Evo é estrela

A gama de motores do Golf foi também repensada, sendo que aos já conhecidos 1.0 TSI de 110 CV (disponível com caixa manual e automática DSG), 1.4 TSI de 125 CV (também com duas opções de caixa), 1.8 TSI de 180 CV (unicamente para o Golf Alltrack com caixa DSG) e 2.0 TSI de 245 CV do GTI (com mais 15 CV e disponível com caixas manual e DSG) se juntará no leque de opções a gasolina o novo 1.5 TSI Evo de 150 CV com injeção direta, gestão térmica melhorada e tecnologia de desativação de cilindros.

Esta é a grande estrela da renovação de meio de ciclo do Golf, que se assume como uma grande aposta da Volkswagen na fase ‘pós-Dieselgate’. Com um binário de 250 Nm às 1.500 rpm, o motor de injeção direta demonstra enorme disponibilidade e refinamento na subida de velocidade, naquela que é uma evidência do bom trabalho da marca alemã neste capítulo. O consumo médio apontado é de 4,9 l/100 km dependendo do tipo de pneus e de jantes.

Para melhorar o capítulo da eficiência, a Volkswagen irá lançar numa fase posterior do ano uma versão Bluemotion de 130 CV, a qual terá a tecnologia de ‘roda livre’ para emissões e consumos ainda mais reduzidos. No topo da oferta a gasolina, estará o 2.0 TSI de 310 CV para o Golf R, também ele com mais 10 CV (espera-se uma versão carrinha R). No caso dos motores Diesel, a marca mantém a aposta nas unidades de 1.6 litros com 115 CV e 2.0 TDI de 150 CV e de 184 CV, este último para os GTD e Golf Alltrack.

As versões renovadas do Golf em versões ‘hatchback’ e carrinha chegarão ao mercado nacional em meados de março, mas nas versões 1.0 TSI de 110 CV, 1.6 TDI de 115 CV, 2.0 TDI de 150 CV, 2.0 TDI para o GTD de 184 CV (também na versão Alltrack) e o Golf R de 310 CV. Novidade é também a caixa de velocidades automática DSG de sete velocidades, que foi calibrada para maior eficácia.

Mais tarde, noutras fases, chegarão o motor 1.5 TSI Evo (maio), GTI de 245 CV (maio) e os eletrificados Golf GTE e E-Golf (final de abril). Já a versão 1.5 TSI Evo Bluemotion de 130 CV chegará em junho. As carroçarias de cinco e de três portas das versões de base passam a ter o mesmo custo, ao passo que o diferencial entre as versões compacta e carrinha passa a ser de 1.200 euros contra os 1.700 euros do que sucede até aqui.

Então há preços?

A marca já revelou os preços para algumas das variantes que estarão à venda na fase de lançamento, em meados de março, com o 1.0 TSI de 110 CV a ter um preço de base de 22.900€ na versão Trendline Pack, uma versão de equipamento criada especificamente para o mercado nacional e que recheia o leque de conteúdos com elementos como o ar condicionado automático, rádio Composition Media (sem GPS) com ecrã de 8.0″, faróis de nevoeiro e tecnologia ‘App Connect’. No nível Comfortline, mais recheado, tem um custo de base de 25.100€.

A gama a gasolina continua, depois, com o 1.5 TSI Evo a contar com um preço em redor dos 29.000€ no nível Comfortline, que conta com jantes de 16″, Front Assist com travagem de emergência e deteção de peões, cruise control adaptativo, sistema GPS Composition Media de 8.0″ e assistente de estacionamento. O sistema Discover Pro custa 700€, estando disponível em todos os modelos, exceto no Trendline.

Nos Diesel a gama inicia-se com o 1.6 TDI Comfortline de 115 CV por 29.300€, sendo nesta versão que a Volkswagen mais aposta (Trendline por 27.300€ e Highline por 33.200€). O 2.0 TDI de 150 CV terá um custo de 37.000€, enquanto o motor de 184 CV para o GTD custará 47.000€. Note-se que cada modelo em variante carrinha acresce um custo de 1.200€, havendo para as carrinhas apenas motores Diesel. Ou seja, o motor 1.5 TSI Evo não virá para Portugal com a carroçaria carrinha. Para os amantes de desportivos, a Volkswagen propõe, ainda, os GTI Performance de 245 CV por 51.700€ e R de 310 CV por 56.700€.

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