Lançado em 1999, o Audi A2 foi um modelo que, ao afastar-se em demasia dos cânones usuais na marca alemã, acabou por não ter uma recetividade fantástica, embora contasse com alguns méritos inegáveis. Um deles era o espaço interior, mas o mais relevante era o facto de contar com uma estrutura integralmente produzida em alumínio, sendo por isso mais eficiente em termos de consumo de combustível e de leveza (em redor dos 1000 kg). A sua produção terminou em 2005 e não teve sucessor.
Peugeot 4007/Citroën C-Crosser
Potencialmente nascidos antes do tempo, o 4007/C-Crosser foram esforços do Grupo PSA para se imiscuir no segmento dos SUV de âmbito mais Premium. Produzidos entre 2007 e 2012, ambos contavam com base no Mitsubishi Outlander de 2005 ao abrigo do acordo de parceria entre os dois grupos, acabando por não conseguir atingir os objetivos de vendas inicialmente propostos. O estilo polarizador terá sido uma das causas.
Skoda Yeti
Outro caso de génese antes do tempo. O Yeti era um misto de SUV com minimonovolume e dispunha de imenso espaço a bordo, sendo essa uma das principais características, além de uma gama de motores atual ao 'sabor' das novidades do Grupo Volkswagen. O visual aproximado ao de uma carrinha comercial não terá jogado a seu favor, mas o Yeti era um modelo amplamente versátil e interessante de conduzir, fruto de um chassis ágil. Embarcando na moda SUV, o seu sucessor foi o Karoq.
Peugeot 1007
Uma boa ideia que não teve o acolhimento que a marca de Sochaux procurava. Dimensões muito compactas e portas laterais deslizantes elétricas tornavam-no numa solução muito prática para utilização citadina. Contudo, o visual acabou por não ser consensual e a solução das duas portas laterais elétricas também não teve a aceitação pretendida, com a Peugeot a colocar um ponto final antecipado na sua produção.
Honda CR-Z
O visual desportivo 'colou-o' ao antepassado CRX – até um pouco pelas intenções da própria marca – mas o CR-Z era um modelo bastante diferente em termos técnicos, desde logo pela motorização híbrida que acrescentava peso sem que as prestações fossem fogosas. O espaço atrás também era limitado, mas o CR-Z era divertido de conduzir e a sonoridade também interessante. Mais relevante ainda é o facto de ser o primeiro híbrido com caixa manual de seis velocidades. Produziu-se entre 2010 e 2016 e não deixou 'herança'.
Aston Martin Cygnet
A inclusão de um Aston Martin nesta lista pode fazer confusão, mas tratando-se de um citadino de uma marca desportiva com preço acima das 30 mil libras facilmente se percebe a lógica. O Cygnet era, na prática, um Toyota iQ, mas com estética diferente e revestimentos adequados ao seu posicionamento de luxo. No seu cerne, uma ideia quase brilhante: para cumprir os limites de emissões poluentes impostos pela União Europeia em 2012, a Aston Martin comissionou uma série de modelos iQ da Toyota para assim baixar a média de emissões da sua gama. A marca britânica queria vender cerca de 4000 unidades por ano, mas com motor 1.3 de 98 CV a procura foi muito inferior. Tanto que em setembro de 2013 a Aston Martin parou a produção do Cygnet, sendo o segundo carro com a menor longevidade na marca, apenas atrás do Virage de 2012, produzido apenas por um ano.
Fiat Multipla
Fácil de perceber que a estética seria polarizadora. A imagem revolucionária escondia um interior altamente modular, com seis lugares (3+3) com base no Brava, assumindo dessa forma um posicionamento único no segmento dos minimonovolumes. Em Itália, o modelo foi muito bem acolhido, mas noutros mercados a comercialização foi mais difícil, o que levou a um facelift profundo em 2004, cerca de cinco anos depois do seu lançamento (1998), no qual perdeu algumas das particularidades, como os faróis em posição elevada junto ao para-brisas. Alguns dirão que perdeu o encanto, mas manteve-se em produção até 2010.
A história da indústria automóvel está repleta de casos em que os veículos não tiveram a recetividade desejada pelas marcas, geralmente por motivos estéticos. No entanto, apesar de no seu tempo não terem granjeado grande admiração, esses modelos souberam ‘envelhecer’ e tornaram-se icónicos até pela sua especificidade.
Nesta lista estão alguns exemplos de carros que foram estranhamente incompreendidos pelos condutores, que preferiram olhar para a concorrência, por vezes, sem lhes dar a devida oportunidade.
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