Aquecimento global ajuda novo recorde da travessia marítima do Oceano Ártico

M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Mesmo no verão, as calotas polares do Oceano Glacial Ártico não derretem completamente, e fazer a ligação entre o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico pela famosa Passagem do Noroeste continua a ser um desafio. Mas as condições climatéricas hoje em dia são mais favoráveis que há um século, permitindo estabelecer um novo recorde na travessia marítima, de apenas 24 dias.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

Esta nova marca foi feita pelo MSV Nordica, um quebra-gelo finlandês, construído em 1994. Estas tentativas de recorde são sempre feitas no verão, quando o gelo é menos intenso, mas o propósito desta viagem não é, geralmente, bater um recorde, pois também é mais fácil abrir uma passagem marítima com um quebra-gelo nesta época do ano. E o aquecimento global e o desaparecimento das calotas polares tem facilitado este trabalho nos últimos anos.

Neste caso, a viagem arrancou de Vancouver, na costa oeste do Canadá, no dia 5 de julho, e terminou 24 dias depois, a 29 de julho, em Nuuk (Godthaab), capital da Gronelândia, percorrendo 6214 milhas marítimas (11 514 km). O Nordica bateu o recorde anterior, estabelecido em 2008 pelo L. Saint-Laurent, navio da guarda costeira canadiana, que demorou 25 dias a abrir caminho entre a Terra Nova, no leste do Canadá, e Point Barrow, no Alaska.