Para festejar 40 anos de sucesso, paixão e orgulho por figurar entre as marcas históricas da Fórmula 1, a Renault decidiu tornar real aquela que era a alcunha que os seus primeiros monolugares turbo receberam na Fórmula 1, em 1977, por parte das equipas rivais e jornalistas.

Os ‘Yellow Teapots’. Assim ficaram conhecidos os primeiros monolugares da Renault Sport na Fórmula 1, ainda que pelos motivos menos simpáticos. Tendo decidido a sua entrada na modalidade em 1975, a marca levou dois anos a desenvolver aquela que viria a ser uma tecnologia revolucionária no automobilismo, sendo a primeira a recorrer àquele sistema na Fórmula 1.

Assim, em 1977, o primeiro RS01 apareceu no circuito de Silverstone, no Reino Unido, para o grande prémio local, mas a sua prestação inicial ficou marcada por diversos problemas de fiabilidade, decorrentes de natural juventude de sistemas. O RS01, cuja cor dominante era o amarelo, mas também o branco e o negro, teve de entrar bastantes vezes nas boxes, libertando um fumo branco sinónimo de problema no motor.

Foi Ken Tyrrell, patrão da escuderia com o seu nome que, ao ver o monolugar fumegante entrar na via das box, o apelidou, por piada, de ‘Yellow Teapot’ (a chaleira amarela). A expressão foi a pouco e pouco ganhando adeptos e o RS01 acabou a ser conhecido como The Yellow Teapot no meio.

Contudo, depressa o riso causado pelos problemas iniciais da Renault com os seus motores se começaram a tornar em olhares de preocupação quando o motor se começou a mostrar bem-sucedido. A primeira vitória surgiu dois anos mais tarde, no GP de França de 1979, em Dijon-Prenois, por intermédio de Jean-Pierre Jabouille numa prova em que, além do triunfo inédito de um motor turbocomprimido, ficou a recordação daquele que é um dos duelos mais épicos da história da Fórmula 1, com Gilles Villeneuve a negar no seu Ferrari uma ‘dobradinha’ à equipa francesa, depois de uma intensa luta com René Arnoux.

Este triunfo e os que se seguiram validaram o conceito do Turbo na Fórmula 1 e impuseram o respeito das restantes escuderias, à cabeça das quais a Tyrell. Pouco tempo depois, a grande maioria das equipas vergou-se à superioridade dos turbo, cuja evolução máxima chegou a ditar potências na ordem dos 1.500 CV em ritmo de qualificação. Numa época muito diferente da Fórmula 1, eram motores descartáveis, fazendo uma sessão de qualificação em ataque máximo para depois serem retirados.

Agora, em homenagem a essas chaleiras, a Renault criou uma outra chaleira, a qual irá equipar as cozinhas do restaurante do Atelier Renault, nos Campos Elísios, em Paris. O seu design inspira-se no passado e no presente, do RS01 ao novo RS17, e utiliza mesmo a pintura oficial deste último.

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