Desde que o consórcio europeu Euro NCAP foi criado em 1997 que a segurança automóvel começou a obedecer a padrões muito mais elevados, assumindo-se como um elemento fundamental para a melhoria da segurança rodoviária.

Este ano, o Euro NCAP, organismo sediado em Bruxelas (Bélgica) e fundado pelo Laboratório de Pesquisa Rodoviária no Reino Unido com o apoio da União Europeia (UE), comemora os seus 20 anos, preparando uma série de atividades para assinalar esse marco.

Na sua ação para melhorar a segurança nas estradas, o Euro NCAP tem vindo a assinalar modelos que são problemáticos nesta área, instando os construtores a melhorar alguns dos aspetos visados. No total, o Euro NCAP avança que terão sido evitadas mais de 78.000 mortes nas estradas europeias desde que os testes daquela entidade foram introduzidos em fevereiro de 1997. O total do investimento desta entidade foi de 160 milhões de euros para fazer os carros mais seguros.

Choque tecnológico

Para assinalar a grande evolução alcançada em termos de segurança, esta entidade levou a cabo um autêntico choque tecnológico entre modelos de características semelhantes. Em comparação direta, um Honda Jazz de 2015 e um Rover 100 de 1997, aquele que ficou conhecido como um dos modelos com piores resultados alcançados no ensaio, com apenas uma estrela.

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A escolha destes dois modelos deriva do facto de serem representantes de um segmento bastante popular, mas também um dos que beneficiou de grandes progressos em termos de segurança ativa e passiva. O Jazz é um dos modelos mais seguros da atualidade, conforme explica a Euro NCAP, sendo assim representativo da evolução em termos de segurança.

Os primeiros testes tiveram lugar a 4 de fevereiro, com o Ford Fiesta a merecer a distinção de ser o primeiro modelo testado. Mas foi o pequeno Rover 100, cuja base era o do Metro dos anos 1980, a merecer uma distinção pela negativa, com um padrão de destruição nos ensaios que mostrava muitas falhas naquele capítulo.

Neste ensaio duplo, de Jazz contra 100, o teste escolhido foi a da barreira desviada (‘offset’) a 40%, naquele que a entidade considera como o tipo de acidente mais comum e que resulta do desvio de faixa por parte de um dos veículos, invadindo a faixa contrária a provocando uma colisão frontal. Este é apenas um dos muitos testes levados a cabo pela Euro NCAP para avaliar a segurança de novos modelos em caso de acidente.

Com um peso equivalente, o Jazz e o 100 demonstram uma eficácia tremendamente diferente em caso de embate, com o modelo de 2015 a evidenciar uma resistência muito superior, em parte devido à estrutura mais rígida desenvolvida pela Honda para o seu modelo, ao que se juntam os diversos airbags para prevenir lesões graves para os passageiros.

Por seu lado, o Rover 100 não consegue dissipar a energia resultante do impacto, passando para os ocupantes muitos dos efeitos da colisão. A estrutura acaba por colapsar sobre si mesma, enquanto os passageiros dos bancos dianteiros são esmagados por um efeito de acordeão.

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