O presidente da Nissan, Carlos Ghosn, foi detido no Japão por fortes suspeitas de “má conduta fiscal” e de utilização indevida de fundos da companhia nipónica.

O brasileiro, um dos mais reputados responsáveis da indústria automóvel e conhecido pelo seu papel na construção da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, está a ser investigado por suspeitas de fraude fiscal ao declarar uma verba muito abaixo daquela que terá auferido ao longo de vários anos.

A investigação interna da própria Nissan terá sido despoletada por uma dica anónima, levando a que a companhia japonesa procedesse internamente na procura de confirmações de detalhes que confirmassem as dicas de má conduta fiscal que também afetam o diretor Greg Kelly.

“A investigação mostrou que, ao longo de muitos anos, tanto Ghosn como Kelly tinham reportado valores de compensações financeiras à Bolsa de Valores de Tóquio que eram inferiores aos valores reais, de forma a reduzir a verba pública a comunicar dos rendimentos de Carlos Ghosn”, referiu a Nissan em comunicado, dando também conta de “diversos outros atos de fraude que foram descobertos, tal como o uso de bens da companhia e o envolvimento profundo de Kelly também foi confirmado”.

A Nissan tem estado a trabalhar de forma próxima com as autoridades japonesas, anunciando a sua intenção de clarificar este caso até à última instância. Neste sentido, o CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, irá propor no Conselho de Administração a remoção de Carlos Ghosn das suas posições de Presidente e de diretor delegado da marca, o mesmo se aplicando a Greg Kelly.