Aproximando-se o Dia Mundial do Turismo (27 de setembro), a Hertz, companhia inicialmente dedicada ao aluguer de automóveis, mas cada vez mais diversificada em termos de serviços, reforça a sua aposta na Hertz Ride, uma submarca que oferece uma premissa bastante simples para os clientes: usufruir de uma moto BMW de alguns dos roteiros turísticos mais interessantes a nível nacional ou internacional.
Neste conceito também existe imaginário luso, uma vez que esta subgama de serviços da Hertz deu os seus primeiros passos em Portugal, com Duarte Guedes, CEO da Hertz Portugal, a apontar que se “está no bom caminho” para o objetivo de um milhão de euros de faturação no primeiro ano de atividade.
Falámos com o CEO da companhia em Portugal, que nos revelou mais sobre as perspetivas de expansão da Hertz Ride, aproveitando ainda para fazer o balanço dos primeiros tempos de atividade do serviço de carsharing de veículos elétricos 24/7 City que foi lançado recentemente.
Motor24: Tendo sido criado em Portugal, como é que surgiu a ideia do Hertz Ride? Procuraram colmatar uma lacuna no mercado de aluguer de veículos ou sentiram que havia procura para o mesmo?
Duarte Guedes: Vimos que outras empresas de rent-a-car lá fora, de vez em quando, experimentavam o produto moto. Mas desde cedo sentimos que, dado o carácter emocional do produto, teríamos de criar uma submarca dentro de casa e trabalhar o produto completamente separado do rent-a-car. E aí foi criada a Hertz Ride. Juntámos à nossa equipa pessoas do mundo das motos, começámos a participar em feiras especializadas, contactámos operadores de mototurismo em todo o mundo, e por aí em diante. Verificámos que é um nicho interessante e em crescimento. Acreditamos muito no crescimento do turismo e do turismo de aventura e experiencial em particular. Simultaneamente verificamos também que a tendência de consumo que favorece a experiência em detrimento da posse, é impulsionadora do nosso serviço.
M24: O que é que demarca esta funcionalidade de outras que possam existir no mercado?
DG: Dentro do mototurismo estamos a criar a maior rede internacional do setor. Em termos europeus apenas na Hertz Ride, é possível alugar uma moto em Itália acabando em França, Espanha ou Portugal por exemplo. Já somos únicos neste sentido. Por outro lado os nossos acordos com os fabricantes, nomeadamente a BMW Motorrad, permite-nos sempre disponibilizar aos nossos clientes motos com menos de um ano, o que é altamente apreciado.
M24: Havendo a possibilidade de fazer passeios por outros países europeus, como é que funciona a parte burocrática, por exemplo, em termos de seguros?
DG: Em cada país temos todos os seguros obrigatórios por lei no que diz respeito a terceiros. O cliente não tem de se preocupar com nada.
M24: A noção de que se está a exportar inovação portuguesa para outros países (uma vez que o Hertz Ride está a ser alargado a outros países) é importante para a Hertz Portugal?
DG: É um motivo de grande orgulho e entusiasmo para nós termos criado o conceito e caber.-nos a nós fazer a sua expansão. É um sinal da enorme confiança que a Hertz Internacional tem na nossa equipa.
M24: As previsões de faturação do Hertz Ride para 2018 rondam o milhão de euros. Com mais de metade do ano cumprido, esse objetivo está a ser alcançado?
DG: Estamos em bom caminho para atingir este primeiro objetivo. Contamos dar notícias já em novembro sobre os próximos destinos a abrir em 2019 e aí sim contamos dar um salto considerável.
M24: Por outro lado, em relação também ao serviço de carsharing Hertz 24/7 City, será que me pode fazer um balanço destes primeiros meses de funcionamento em pleno?
DG: Temos dois segmentos no 24/7. O 24/7 City nascido há mais de um ano foi primeira frota de carsharing integralmente elétrica em Lisboa e conta já com mais de 1.500 clientes ativos, o que é bastante positivo dada a dimensão mais reduzida da nossa frota face aos outros 2 players. De realçar que o nosso produto é ‘point to point‘ e não free float como os outros. Ou seja está disponível em alguns pontos, alargados é certo, da nossa rede. Tem-nos permitido aprender bastante com este modelo de aluguer touchless, ao mesmo tempo que ganhamos experiência na gestão de uma frota elétrica que inclui em si algumas diferenças do ponto de vista operacional.
O 24/7 nascido este ano é o primeiro serviço de ‘van sharing‘ em Portugal. Temos uma frota de veículos comerciais em cerca de 13 lojas da Leroy Merlin. Tem tido uma adoção fantástica porque responde muito diretamente a uma necessidade dos clientes.
M24: Existem planos de expansão de área geográfica ou do número de viaturas disponíveis?
DG: Naturalmente o número de viaturas conectadas e touchless vai crescer no curto, médio e longo prazo. É uma tendência, é mais conveniente e a tecnologia está aí. Já estamos integrados na app de mobilidade do Município de Cascais por exemplo. A nossa plataforma tecnológica, portuguesa por sinal, é capaz de falar facilmente com outras o que para nós é chave desde o início. O futuro é que todas as formas de transporte comuniquem e funcionem de uma forma completamente fluida para o consumidor final.
M24: O que é que a Hertz reserva como próximo passo da sua operação?
DG: Estamos num mundo em completa transformação. O setor automóvel pode sofrer mais alterações nos próximos 10 anos do que nos últimos 50. É muito importante para nós mantermo-nos em constante evolução testando diferentes modelos de negócio ao mesmo tempo, e modernizar o nosso próprio produto centenário. Falo sempre em nome da Hertz Portugal, que é parte do Grupo Hipogest. Como sabe com o 24/7 estamos muito atentos ao fenómeno da mobilidade. Por outro lado o Hertz Ride permite-nos estar noutro campo da mobilidade, o das 2 rodas, com um ambicioso plano de expansão internacional. Por último temos ainda em Portugal a Hertz Equipment Rental, um player especializado e com uma grande qualidade de serviço na área das máquinas de construção e elevação. Não paramos!