Milhares de fiéis católicos anseiam pela chegada do fim de semana, ao longo do qual terá lugar a primeira visita oficial do Papa Francisco a Portugal. Um dos elementos que chama sempre a atenção nestas ocasiões é a viatura oficial, comummente apelidada de ‘Papamóvel’. Ao longo dos anos, diversas viaturas têm sido utilizadas nas deslocações por vários países, usualmente com diversas características de segurança associadas para proteção do Sumo Pontífice.

Na longa lista de veículos utilizados pelo Papa, alguns chamaram mais a atenção, como o UMM que em 1991 permitiu ao Papa João Paulo II viajar na Madeira, tendo um simbolismo especial pelo facto de se observar um Papa a circular em território luso a bordo de um veículo aqui fabricado. João Paulo II tinha uma ligação muito especial a Portugal e a Fátima, sendo também a propósito do centenário das aparições de Fátima aos três pastorinhos – e da canonização dos beatos Francisco e Jacinta Marto – que o atual Papa Francisco se desloca ao nosso território.

Atualmente, o veículo decretado ‘Papamóvel’ é um Mercedes-Benz, mas recordemos alguns dos modelos mais emblemáticos que transportaram os Papas ao longo dos anos, incluindo o tal UMM de que em 12 de maio de 1991 transportou João Paulo II. Para saber mais sobre o historial deste UMM, siga este link para um artigo já presente no site Motor24.

Mercedes-Benz em destaque

Os modelos mais comuns para se encontrar ao serviço do Papa são da Mercedes-Benz. Ao longo de mais de 80 anos que a marca alemã tem vindo a fornecer veículos para o efeito, tendo começado em 1930 com um Nürburg 460 Pullman para o Papa Pio XI, tendo continuado na década de 1960 com a utilização de um 300d Landaulet de distância entre eixos superior e caixa automática construído para o Papa João XXIII.

O seu sucessor, Paulo VI, utilizou um Mercedes-Benz 600 Pullman Landaulet e, mais tarde, um 300 SEL, sucedendo a este modelo um Classe G e, em 2002, um Classe M, numa versão especialmente concebida para o Papa Bento XVI.

SEAT também fez Panda ‘Papamóvel’

Mas nem só de Mercedes-Benz se reveste a história do ‘Papamóvel’, uma vez que são várias as marcas que forneceram modelos para o Sumo Pontífice, como foi o caso da SEAT, que em 1982 produziu um Panda Marbella especialmente modificado para João Paulo II. Este foi um modelo criado em apenas 15 dias, tendo sido removidos elementos como o tejadilho e as janelas para uma utilização mais ‘próxima’ dos seus fiéis. Este Panda Marbella foi feito quase de ‘emergência’, uma vez que o carro oficial era demasiado alto e não conseguiria passar nas entradas dos estádios Santiago Barnabéu, em Madrid, e Camp Nou, em Barcelona, onde foram celebradas duas Eucaristias.

Outro modelo utilizado pela comitiva Papal foi um Lincoln Continental, que foi utilizado por Paulo VI na sua visita a Nova Iorque. O modelo foi modificado por uma companhia criada por George Lehmann e Bob Peterson na década de 1960 e que se dedicou a ‘esticar’ os Continental. Em 1965, produziram a variante que foi utilizada pelo Santo Padre na sua deslocação até às Nações Unidas em Nova Iorque, num trabalho comissionado pela Ford. Contava com um banco elevado no interior, iluminação adicional do habitáculo e sistema de áudio específico para que se pudesse dirigir aos populares. O tejadilho era amovível, contando ainda com uma estrutura transparente atrás com proteção suplementar.

Também a Citroën está ligada aos veículos do Papa, com o SM Presidentielle, que teve por base o SM Coupé de 1970-75, a servir de transporte para João Paulo II pela cidade de Paris em 1980.

Tremendamente mais emblemático foi o Fiat Campagnola a bordo do qual o Papa João Paulo II se encontrava quando foi alvo da primeira tentativa de assassinato, no dia 13 de maio de 1981 na Praça de São Pedro. O carro, repleto de simbolismo, encontra-se em exposição no Museu de Veículos do Vaticano.

Conhecido pela sua vontade de aproximação ao povo, o Papa Francisco tem contado com uma política de deslocações que coloca, por vezes, os veículos blindados de parte, obrigando a sua segurança a um trabalho reforçado. Ao seu serviço encontraram-se já modelos da Hyundai (Santa Fé) e também uma Isuzu D-Max, que foi utilizada na sua deslocação às Filipinas. Na era elétrica e da mobilidade sustentada, o Papa conta com modelos como o Nissan Leaf, que lhe foi recentemente fornecido, mas é a Mercedes-Benz que continua a ter o papel de ‘Papamóvel’ oficial.

Curiosamente, o termo ‘Papamóvel’ nasceu apenas na década de 1980 em referência a um Classe G modificado que o Papa João Paulo II utilizava regularmente em celebrações na Praça de São Pedro.

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