Anunciada como grande ‘arma’ do Governo no combate à sinistralidade rodoviária, a rede nacional de radares de velocidade, oficialmente conhecida por Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO), tem em funcionamento apenas 21 dos 30 radares inicialmente previstos, segundo informou à agência Lusa a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).

O primeiro dos 30 radares do SINCRO entrou em funcionamento a 6 de julho de 2016, situando-se junto ao Estádio Nacional do Jamor, na autoestrada A5, no sentido de Cascais para Lisboa. Desde então foram instaladas 50 cabines, nas quais seriam instalados 30 radares com funcionamento rotativo, de forma a que nunca se conheçam os locais onde se encontram. Esta medida dissuasora no combate ao excesso de velocidade faz parte do esforço do Executivo para baixar o número de acidentes nas estradas, tendo anunciado então que no mês de janeiro de 2017 toda a rede já estaria a funcionar em pleno.

Numa resposta enviada à Lusa, a ANSR referiu há alguns dias que atualmente todas as cabines (50) estão instaladas nos respetivos locais de controlo de velocidade, o mesmo acontecendo com os 30 radares. No entanto, adianta a ANSR, alguns destes locais de controlo de velocidade “estão ainda em fase de ligação à rede elétrica de baixa tensão”.

Atraso sem direito a coimas

Contudo, de acordo com o jornal Público na sua edição de hoje, o contrato de concessão ao consórcio Eyssa-Tesis/Micotec previa multas por atrasos no funcionamento do sistema de radares. Isto é, segundo aquele órgão de comunicação, se a rede nacional de radares não estivesse totalmente operacional no início de 2017, o consórcio ficaria sujeito a coimas que, neste momento, avaliando a totalidade dos atrasos e dos nove radares em falta, seria já de 1 milhão e 260 mil euros.

Contudo, o Ministério da Administração Interna, que reconhece o atraso na entrada em vigor do sistema, adianta que a responsabilidade não pode ser imputada ao consórcio. Isto apesar de um documento a que o Público teve acesso fazer referência à responsabilidade do consórcio também na questão da ligação elétrica dos radares.

Pronunciando-se sobre a entrada em vigor dos radares em falta, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, afirmou aos jornalistas na primeira semana de julho que o sistema deve estar a funcionar em pleno no final deste mês.

Com Lusa.