Moto Guzzi V9 Bobber: Duas rodas com o mínimo indispensável

27/06/2017

Marca incontornável no mundo das motos, a Moto Guzzi é o mais antigo fabricante europeu ainda a produzir, sem interrupção. Começou em 1921, tendo sido o primeiro construtor a ter um túnel de vento para motos.

Em 1928, com a GT Norge percorreu 6.400 km desde a fábrica no Lago Como, em Itália até ao Cabo Norte, na Noruega. Não é por isso de estranhar que a marca tenha tantos fãs por todo o mundo. O músico Billy Joel, por exemplo, colecciona modelos de muitas marcas mas tem uma predileção especial pela Moto Guzzi, de tal modo que criou em Long Island uma espécie de “showroom” da sua colecção, com oficina de restauro e tudo.

Outro fã da marca é o actor Ewan McGregor. Com vários modelos na sua colecção, em 2015, participou em filmes publicitários da marca, incluindo da Eldorado 1400 e tudo indica que irá fazer uma nova temporada do programa de viagens de moto, “Long Way”, aos comandos de uma Moto Guzzi Stelvio 1200. Mas vamos ao que nos trouxe aqui.

O estilo bobber que inspira esta Moto Guzzi surgiu nos Estados Unidos, na década de 1930. Traduzia-se na remoção de componentes a um mínimo indispensável, tornando-a mais leve, tendo sido, muito provavelmente, o inicio da costumização, tão em voga nos dias de hoje. De facto, em andamento os seus quase duzentos quilos praticamente não se sentem e a posição de condução é bastante neutra, ainda que os pisa-pés, selector de mudanças e travão estejam numa posição um pouco mais avançada do que o esperado.

Em andamento é confortável – o generoso pneu à frente ajuda neste capítulo – mesmo em trajectos urbanos com trânsito, embora a caixa possa ser um pouco dura. O característico motor bicilíndrico, em forma de V, tem agora 853cc e a peculiaridade de ser montado transversalmente, faz com que condutores de estatura média toquem com os joelhos nas cabeças do motor. A pensar nisso, a marca colocou protetores de borracha, por outro lado a altura em relação ao solo é ótima para quem tem as pernas mais curtas.

O facto de ser refrigerado a ar faz com que nos dias mais quentes se sinta bem o calor por ele produzido, especialmente quando se para nos semáforos vermelhos. É nessa altura que nos sentimos especiais, com os olhares curiosos e alguma inveja dos condutores de automóveis e dos peões que atravessam a passadeira, desejando trocar de lugar connosco. Afinal, estamos aos comandos de uma Moto Guzzi.

Mais: Design, posição de condução, som do motor, altura em relação ao solo.
Menos: Calor do motor quando paramos, posição dos pisa-pés, dureza da caixa.

Ficha técnica:
Motor bicilíndrico, 4 tempos em V a 90º montado transversalmente
Potência 55 CV/40,4 kW
Transmissão 6 velocidades
Peso 199 kg
Preço: 9.990€

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.