Pode parecer cena de filme ao melhor estilo de Hollywood, mas as autoridades avisam para este novo método que está a ser utilizado por criminosos para conseguirem detetar objetos de valor que esconde no interior do seu automóvel. O alerta partilhado em primeira-mão pela polícia norte-americana dá conta de uma nova vaga de assaltos com recurso a scanners Bluetooth para detetar qualquer tipo de dispositivo eletrónico no habitáculo ou no compartimento da mala de um veículo. Segundo a mesma fonte, os amigos do alheio têm hoje à disposição aplicações gratuitas que facilitam este tipo atividade à margem da lei.
A investigação arrancou há cerca de um mês, depois de identificada uma nova vaga roubos na área metropolitana de São Francisco, com o mesmo “modus operandi”: portas arrombadas ou vidros estilhaçados em segundos depois de detetados dispositivos eletrónicos no interior do carro. Segundo um artigo publicado na revista Wired, um funcionário da Amazon terá denunciado o roubo do seu computador portátil do interior do seu automóvel, no mesmo local onde acontecera algo semelhante acontecido a vários colegas de trabalho com as viaturas estacionadas no mesmo parque. A vítima relatou que só as viaturas que não tinham objetos eletrónicos de valor no seu interior não apresentavam quaisquer sinais de abrandamento, reforçando a suspeita de se tratar do referido método, com recurso a scanners que identificam aparelhos que emitem sinais wireless, computadores, teclados e ratos, smartphones ou outros acessórios.
Naquela publicação, um especialista explica que existem aplicações que podem ser instaladas no telemóvel e permitem localizar e listar todo o tipo de sinais nas redondezas. “Muitos portáteis e gadgets emitem sinais mesmo quando estão encerrados ou em repouso”, afirma, sublinhado que dependerá, por exemplo, do modo de suspensão em que um computador e arrumado.
Pelo sim pelo não, modo avião…
Enquanto a investigação ainda decorre, multiplicam-se as opiniões que referem tratar-se de uma teoria sem fundamento, com várias explicações que colocam em causa a viabilidade desta técnica. Mas, como diz o adágio popular, mais vale prevenir do que remediar, fica o aviso das autoridades norte-americanas: “A nossa sugestão é que evite ao máximo deixar computadores e gadgets nos carros”. Se tiver mesmo de fazê-lo, recomendam que os desligue totalmente ou que utilize a função “modo avião”.