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Carros que marcaram os anos 90: Os acessíveis

O Audi A3 surgiu em 1996 no mercado europeu com o propósito de aproximar a marca de segmentos mais acessíveis, como o dos compactos familiares. Inicialmente, surgiu apenas em versão de três portas, chegando a de cinco portas numa fase posterior. Tal como hoje, recorria já à plataforma do Volkswagen Golf.
O BMW Série 3 E36 marcou uma geração, posicionando-se como um modelo de entrada na companhia bávara. Nasceu em 1993 e manteve-se no mercado europeu até ao final do milénio, contando com um sucesso exemplar. Além da berlina de quatro portas, apareceu ainda uma versão compacta de três portas denominada Compact.
No início da década de 1990, a Honda lançava um modelo que se revelou de enorme sucesso a nível mundial na forma da quinta geração do Civic. Com linhas arredondadas mais aerodinâmicas e com recurso a materiais mais leves para maior eficiência, o Civic de 1992-1995 conhecido pelas letras de código EG, contou com afinações específicas para a Europa e com o motor 1.6 VTI de 160 CV como destaque.
O Renault Clio foi lançado no outono de 1990, no Salão de Paris, com a espinhosa missão de suceder ao icónico 5, mas foi tão bem-sucedido que é hoje uma das referências do seu segmento. Na época, as linhas compactas e o recurso a motores competentes e a habitabilidade interessante fizeram do Clio uma visão comum nas ruas.
Após o Fiat Uno, a marca italiana voltou a acertar em cheio com o Punto, um utilitário desenhado por Giugiaro e que se revelou fundamental para os bons resultados da companhia na década de 1990. Lançado em 1995, o Punto destacava-se pelo preço acessível, pelo habitáculo espaçoso e pela dinâmica interessante. Teria no Punto GT uma derivação igualmente famosa.
Numa segunda presença da Renault nesta lista, vale a pena destacar a importância do Mégane, cuja estreia decorreu no Salão de Frankfurt de 1995, então como substituto do 19. Dando um passo significativo no mercado dos compactos de segmento C, a Renault logrou grande sucesso com este modelo, que oferecia maior habitabilidade e eficiência. Em 1996, com base neste modelo surgiu outro carro importante, o Mégane Scénic, que redefiniu a era dos monovolumes compactos.
O Classe C da Mercedes-Benz surgiu em 1993 enquanto concorrente do BMW Série 3 E36 (já o viu nesta lista), mostrando desde logo grande sucesso comercial. Rapidamente ganhou estatuto de best-seller da Mercedes-Benz graças a características de robustez e fiabilidade. No lançamento, detinha uma gama de motores avançados, de que se destacava a vertente Diesel como a que equipava o C 220 D de 95 CV.
Replicando a fórmula do Audi A3 desta época, também a SEAT teve direito a um modelo com base no Golf. O seu nome: Leon, um compacto com vocação algo mais desportiva, mas que se demarcava por ser igualmente mais acessível do que o seu congénere alemão. Criado em 1999, esta primeira geração era também a variante de cinco portas do Toledo, ganhando muitos adeptos pela sua dinâmica (a suspensão era mais firme) e pelo estilo. A variante Cupra inaugurou uma herança que ainda perdura hoje.
Afastando-se do Escort, mas não perdendo aquilo que foi alcançado por esse modelo, a Ford lançou em 1998 o Focus, compacto que se tornou rapidamente num dos modelos de maior sucesso da companhia americana. O estilo era mais revolucionário e as características de segurança e dinâmicas eram também reconhecidas a este modelo, que teve ainda grande notoriedade com a participação no Mundial de Ralis pelas mãos de pilotos como Carlos Sainz ou Colin McRae.
A Peugeot estaria longe de imaginar o sucesso que o seu 406 Coupé viria a ter no momento em que lançou este belíssimo coupé no ano de 1997. Parte do seu sucesso foi devido ao desenho inspirado da Pininfarina, que tratou igualmente de produzir este modelo em Turim, Itália. Embora com o mesmo nome da berlina 406, não conserva quase nenhum dos seus componentes. O estilo semelhante ao Ferrari 456 foi um dos critérios que mais fama lhe deu, mas também o carácter desportivo oferecido pelos motores a gasolina.
Se a Renault teve de substituir o seu 5, a Citroën teve igualmente tarefa complicada com a substituição do AX. Mas também teve um modelo à altura na forma do Saxo, que surgiu em 1995 partilhando muitos dos seus componentes com o Peugeot 106. Pequeno, mas ágil, ganhou importância pela sua facilidade de condução, caindo também no goto dos amantes do tuning que adotaram o Saxo VTS com motor 1.6 de 120 CV como um 'favorito' para transformações.
Depois de ter demonstrado bons apontamentos com o Saab 900, a marca sueca, agora extinta, lançou em 1998 o seu novo 9-3, modelo Premium compacto com plataforma partilhada com o Opel Vectra. O estilo era mais apurado e aerodinâmico, com carroçarias de três e de cinco portas, havendo ainda um descapotável.
Muito antes da era dos SUV ter começado, a Toyota surpreendeu com o seu RAV4, um jipe compacto cujo acrónimo da designação era Recreational Activity Vehicle, ou seja, veículo de atividades de recreação. Lembra alguma coisa? Apresentado no Salão de Genebra de 1994 (a primeira vez que a marca escolhia a Europa para um lançamento mundial), depressa ganhou grande fama pela sua capacidade robusta e ligeireza urbana. Três portas, quatro rodas motrizes e um estilo bem conseguido valeram-lhe o sucesso.
Pensado para o mercado europeu, o Toyota Yaris mostrou grande polivalência enquanto modelo utilitário, combinando economia, boas prestações e fiabilidade acima de qualquer dúvida. O modelo com motor a gasolina 1.0 VVTi tornou-se num exemplo de grandes vendas para a Toyota, dando assim origem a um modelo que, em 2017, conhece novos desenvolvimentos.
Tendo visto o sucesso do 205 na década de 1980 e 1990, a Peugeot decidiu lançar já na segunda metade da década um herdeiro direto, o 206. Assim, em 1998 surgia um novo favorito do segmento dos utilitários, com recurso a desenho muito dinâmico e a uma gama de motorizações em que os blocos a gasolina de baixa cilindrada se destacavam. Tal como o Focus, também ganhou muitas provas no Mundial de Ralis (WRC), aumentando assim a sua popularidade.
O Golf III, novamente maior que as versões precedentes, surgiu em 1992, numa geração que é especialmente importante por dois factos determinantes na vida deste modelo: a estreia de uma versão carrinha, denominada Variant, e, claro, a introdução dos motores TDI, (mais uma) sigla que marcaria o ritmo de toda a indústria automóvel. Primeiro nas versões de 90 cv e, depois, nas de 110 cv, estas motorizações passariam a ser as mais procuradas e aquelas que atraiam mais clientes de outras marcas.
A Volvo também teve um dos seus modelos de elevada relevância, o V70 XC, ou seja, o fundador do segmento Cross Country. Lançado em 1997, no Salão de Frankfurt, este modelo em formato carrinha tratou de diferenciar-se da carrinha comum pela maior altura ao solo, tração integral e proteções de carroçaria. A sua herdeira direta, a V90 Cross Country foi lançada este ano.
A Honda foi uma das precursoras do segmento SUV com o lançamento do CR-V em 1996, indo ao encontro da procura cada vez maior dos clientes por carros mais versáteis na década de 1990. O visual mais robusto e a possibilidade de contar com tração dianteira ou integral provaram ser receitas de sucesso para este crossover altamente fiável.

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A década de 1990 ficou fortemente marcada por supercarros e pela transição de muitas das tecnologias da competição para a estrada. Mas foi também uma década em que muitos dos automóveis ficaram na memória pelo seu estilo, dinâmica ou arrojo de ideais, sem que tenham sido particularmente inacessíveis à bolsa do comum comprador.

Numa série que hoje lançamos, passamos em revista alguns dos carros mais emblemáticos daqueles anos, com diferentes focos. Hoje, os veículos mais acessíveis, aqueles que porventura, terão estado na sua rua ou até na sua garagem.

Se teve algum destes modelos conte-nos algum episódio marcante que teve a bordo ou apenas a razão porque o escolheu como carro próprio.