Com a chegada em cada vez maior número de tecnologias de conectividade entre diversos elementos da via e infraestruturas envolventes, a troca de informações entre veículos e destes com o meio em seu redor irá ganhar uma importância significativa no incremento da segurança rodoviária.

Um dos exemplos já existentes deste tipo de aplicações está nas interseções de vias, onde a comunicação V2I (Vehicle to Infrastructure) poderá desempenhar a curto prazo um papel relevante na prevenção de sinistros, sendo uma solução de baixo custo.

Em Espanha existem já alguns exemplos deste tipo de cruzamentos, que utilizam sensores posicionados no asfalto para ‘lerem’ a presença de veículos que chegam ao cruzamento a partir de uma via secundária (com sinais de cedência de passagem), tratando de avisar simultaneamente os condutores que circulam na via principal, ou seja, aquela com prioridade. Desta forma, poderão precaver-se quanto à eventual entrada na via desses veículos, aproximando-se com maior cuidado do cruzamento ou entroncamento.

Não sendo, de forma muito concreta, um exemplo de comunicação entre veículos e infraestruturas, beneficia já de alguns dos princípios dessa tecnologia, que permite à própria via alertar outros condutores, sem que exista um centro de controlo dedicado à distância, da presença de um eventual perigo ou situação de eventual risco.

Os sensores instalados no chão são idênticos aos que já são utilizados para controlo de tráfego, por exemplo, sendo a informação do veículo prestes a entrar na via principal depois transmitida para um painel colocado nos dois sentidos da via prioritária. No caso de veículos que tenham já maiores funcionalidades em termos de conectividade, esse alerta poderá ser replicado já no interior do próprio veículo, por intermédio de sinais visuais ou acústicos.

A importância deste tipo de tecnologias é particularmente mais evidente se se tiver em conta a quantidade de acidentes que decorrem em vias classificadas como Arruamentos e Estradas Nacionais, com o estudo PENSE 2020 da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) a apontar um total de cerca de 80% de acidentes decorridos nesse tipo de vias apenas entre 2010 e 2015. Em termos de vítimas mortais, esses dois perfis de vias representam cerca de 70%, de acordo com os mesmos dados. Ainda que não existam dados diferenciados entre acidentes e vítimas decorrentes de acidentes em cruzamentos ou despistes, o número de incidentes derivados de colisões em cruzamentos é um dos fatores a ter em conta.