A eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) causou grande surpresa entre os analistas, que estavam longe de ver o multimilionário no cargo mais importante daquele país.

Contudo, esperando-se que assuma o seu cargo em janeiro de 2017, as incógnitas em torno do impacto da sua eleição continuam por avaliar. Aquilo que, no entanto, todos os analistas e os envolvidos na área automóvel garantem é que a situação vai mudar assim que Trump chegar à Casa Branca. Uma dessas vozes é a de Sergio Marchionne, CEO do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), que referiu em declarações à Bloomberg Television que Trump pode ter um impacto fundamental na indústria automóvel do país.

Defensor de uma política económica que privilegia o protecionismo mercantil, apregoando um acesso mais difícil ao mercado local de forma a defender a sua indústria, Trump prometeu rever também todos os acordos comerciais atualmente em vigor nos EUA, criticando, por vezes, ferozmente o Acordo de Comércio Norte-Americano (NAFTA).

Ainda que a Fiat seja italiana, o facto de o grupo agora deter a Chrysler aumenta o interesse de Marchionne nesta eleição realizada nos EUA, não só pelo facto comercial, mas também pelo facto da produção local.

“[A eleição de Trump] é definitivamente impactante, principalmente porque creio que existe um número de condições nos EUA que ainda não foram especificadas”, referiu Marchionne sobre a eleição de Trump no país.

Uma das formas de enaltecer a produção interna dos EUA passa, de acordo com Trump, pela imposição de impostos mais altos nas importações (uma tarifa de 35% sobre os veículos e componentes importados), criticando também as marcas americanas que têm transferido a sua produção para o México, como a Ford. Contudo, a própria FCA tem uma fábrica no México e produz uma grande fatia dos seus modelos para os mercados locais naquele país da América Central.