Uma mota BSA que o pai tinha e que chegou a ser dada como perdida, depois de passada de mãos em mãos, aos bocados, dentro de caixotes, é uma das relíquias da exposição “Uma paixão sobre rodas: Coleção André Villas-Boas”, patente no Museu do Caramulo.
Texto: Sofia Fonseca
O título da mostra não engana: aqui estão reunidos automóveis, motos e artigos de automobilia que retratam as vivências e a ligação emocional do presidente do FC Porto ao universo motorizado.
Construída ao longo de anos, esta coleção é um retrato desta paixão de Villas-Boas, sendo patente nesta exposição, com curadoria do próprio, as várias vertentes da mesma: há memórias de infância, clássicos desportivos e exemplares de competição. Com duas ou quatro rodas.
Quem for até ao Museu do Caramulo poderá ver o Lamborghini Miura S, o Porsche 911 RS ou o Ferrari F40, mas também a Confederate Fighter ou a Auto Fabrica Type 16.
Ao nível da competição, André Villas-Boas permite-nos ver as motos KTM de Cyril Despres (que foi cinco vezes campeão do Rali Dakar) e Marc Coma (que ganhou outras cinco edições), mas também o Peugeot 3008 DKR Maxi de Stéphane Peterhansel e a KTM RC16 de Miguel Oliveira.
O Toyota Hilux com que se aventurou, em 2018, no Dakar, de que teve de desistir na quarta etapa na sequência de um acidente, também lá está.
A exposição inclui ainda um conjunto de artefatos pessoais preservados desde a infância, das miniaturas aos bilhetes das provas, passando pelos capacetes das lendas com quem se cruzou.
“Todas as paixões têm o seu momento de ignição. No caso de André Villas-Boas tudo começou com as idas ao Estoril e à Exponor, num baú de memórias levadas pela mão do seu pai, Filipe, e do seu tio, Pedro Villas-Boas”, recorda o museu, realçando que esta é a primeira vez que o agora presidente do FC Porto exibe esta coleção ao vivo. A exposição ficará patente até 20 de outubro.