VW Polo cresceu e está mais adulto

14/09/2017

Um VW Polo muito diferente (já é maior do que o primeiro Golf!) chega em Outubro com três motores de três cilindros a gasolina (75/95/115 cv). O Diesel, agora 1.6 (80/95 cv), fica para o fim do ano, altura em que ficam disponíveis também o GTI (2.0 e 200 cv) e um 1.5 TSI (150 cv) com desativação de dois dos quatro cilindros. Preços a partir de 16 255 euros

A imagem de um valor seguro é a ideia que fica do primeiro contacto com o novo Volkswagen Polo, a sexta geração de um modelo com pergaminhos e uma história de êxitos ainda espelhada nos resultados de vendas que fazem dele, na atualidade, o terceiro automóvel mais vendido na Europa. Nada que surpreenda, é um facto, mas prova de que a marca continua a resistir às recentes horas menos boas.

O Polo não tem parado de crescer e agora passa mesmo dos quatro metros (4,053 m/+8,1 cm), dimensões potenciadas pela construção sobre a plataforma modular MQB (Golf, Passat, Touran) que permite um considerável aumento da distância entre eixos (2,548 m/+9,4 cm), a garantir mais espaço para os passageiros e outra comodidade, a par com superior capacidade da mala (+71 litros /351). No segmento, são dimensões só acompanhadas pelo grande concorrente, o Renault Clio.

Adotando o estilo lançado pelo Passat, a grelha afilada “encaixada” nos faróis finíssimos, quase prolongamento natural, superfícies planas, outras proporções (é também mais baixo) e formas que o aproximam de um pequeno Golf (o próprio “best-seller” até já foi mais pequeno…), o novo Polo, ainda assim, afigura-se inconfundível, mais desportivo, masculino – e marcado pela sobriedade do costume que o torna até mais adulto. Ganha personalidade, outro “peso”, transmite a imagem de ser menos “carrinho”, numa tendência que promete generalizar-se.

Novo interior

O interior traz uma nova conceção. No tablier horizontalizado, painel de instrumentos e ecrã (6,5″ ou 8″ com navegação) parecem também eles integrados numa solução bem conseguida, simples e limpa que reforça a complementaridade entre um e outro e cria um ambiente diferente, moderno sem exageros futuristas. Uma das novidades está associada a esta imagem mais tecnológica, a instrumentação digital, através da aplicação do “active info display”. É um extra que vai custar 520 euros e nem foi ainda mostrado. A climatização surge associada à projeção da consola que tem o espaço habitual para arrumos. Tudo bem integrado – bem feito.

A construção e os acabamentos continuam exemplares, mas a VW continua, também, a ceder à tentação do abuso do plástico, material cada vez mais utilizado e algum dele menos agradável à vista e ao tato do que se espera num modelo assumido ao nível das referências. Parece que vamos ter de nos habituar… mas é pena, ainda que este não seja propriamente um segmento de requintes.

Quanto aos aspetos dinâmicos, a influência da plataforma MQB, naturalmente mais rígida, faz-se sentir num pisar muito convincente, resultado de uma otimização das suspensões. O carro assenta muito bem na estrada, revela-se mais estável, a condução ganha qualidade.

Onze sistemas de ajuda

As ajudas eletrónicas à condução representam outra das áreas a que foi dada muita atenção, na linha de outra preocupação que se generaliza e o automobilista agradece. São 11 sistemas a registar, com destaque para o ” front assist” de série, o sistema travagem automática de segurança que integra o “city braking” com monitorização de peões. Além disso, estão disponíveis o controlo de tração, detectores de ângulo morto e de tráfico traseiro, estacionamento assistido. Não falta assistência ao arranque em subida e, pela primeira vez, o cruise-control ativo. Tudo, claro, dependente do nível da escolha – e do preço a pagar…

No que diz respeito a conectividade (Mirror Link, Android Auto e Apple CarPlay), sempre mais e aquilo que se espera, disponível através de uma app, através da qual são fornecidos vários serviços on-line

A proposta em termos de equipamento compreende as habituais designações Trendline, Confortline e Highline, com a oferta intermédia apontada para constituir a maioria das escolhas. A versão de entrada na gama tem o mínimo exigível, ar condicionado, ecrā monocromático, monitorização dos pneus, led diurnos, assistência ao arranque em subida. O Confortline acrescenta jantes em liga leve de 15″, volante em pele multifunções, ecrã a cores e app connect, quatro vidros elétricos, retrovisores elétricos, apoio de braços central, faróis de nevoeiro, detetor de fadiga. O topo de gama integra sensores de estacionamento à frente e atrás, câmara traseira, estacionamento assistido, cruise control adaptativo e navegação.

Três motores em outubro

No lançamento, na primeira semana de outubro, as motorizações serão três, todas com base no 1.0 tricilíndrico e caixa manual de 5 velocidades: MPI de 75 cv e os turbo TSI de 95 e 115 cv. O menos potente, na versão base, vai custar 16 285 euros, o mais barato dos turbo fica por 17 055 euros euros (+1900 euros com caixa automática) e o 115 cv, 21 840 euros, caixa manual de 6 velocidades, ou 25 320 euros em versão Highline e com caixa DSG de 7 velocidades. O Diesel, agora confiado ao motor 1.6 de 80 ou 95 cv chega em Dezembro com preços a partir dos 20 430 euros. Na mesma altura, serão comercializados o 1500 TSI de 150 cv com desativação de dois cilindros e caixa DSG/6 (26 930 euros) e o GTI, agora um 2.0 de 200 cv com caixa manual de seis velocidades ou DSG/7, respetivamente por 30 560 ou 32 140 euros. Uma política de preços que, de modo geral, mantém os valores, mas continua a não ser especialmente agressiva.

Na apresentação tivemos a oportunidade de guiar um TSI de 95 cv. Num percurso com grandes condicionamentos de tráfico, zonas urbanas e estradas secundárias com muitas e rigorosas limitações de velocidade. Ainda assim, surpreendeu a disponibilidade a baixo regime (o motor “aguenta” a quinta a 1500 rpm e é o sistema a sugerir a sua engrenagem!) e os consumos: a média geral global era de 6,3 e para os percursos interurbanos 5,7 – valores razoáveis para o que hoje se consegue com um bloco de três cilindros.

Ficha técnica
  1. MPI/75 cv

Motor: três cilindros, 999 cc, injeção multiponto

Potência: 75 cv/5100-6200 rpm

Binário máximo: 95 Nm/3000-4300

Transmissão: caixa manual de 5 velocidades

Aceleração 0-100 km/h: 14,9 s

Velocidade máxima: 170 km/h

Consumo: média – 4,8 l/100

Emissões CO2: 110 g/km

Mala: 351 l

Preço: desde 16 255 euros

1.0 TSI/95 cv

Motor: três cilindros, 999 cc, turbo, injeção direta

Potência: 95 cv/5000-5500 rpm

Binário máximo: 175 Nm/2000-3500

Transmissão: caixa manual de 5 velocidades ou DSG/7

Aceleração 0-100 km/h: 10,8 s (*10,8s)

Velocidade máxima: 187 km/h (*187 km/h)

Consumo: média – 4,5 l/100 (*4,7 l/100)

Emissões CO2: 110 g/km (*107 g/km)

Mala: 351 l

Preço: desde 17 055 euros

(*valores com caixa DSG)

1.0 TSI/115 cv

Caraterísticas não divulgadas

Preço: desde 17 055 euros; 32 140 euros com caixa DSG e só em versão Highline

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