Depois de ter sido fortemente criticado por ter faltado ao evento de Londres, Hamilton chegou à pista britânica determinado em colocar tudo nos eixos. Na sua primeira volta lançada da Q3 ainda deixou alguma margem para os seus adversários sonharem, mas na segunda desfez qualquer “castelo de areia” construído pelos homens da Ferrari e parou o cronómetro em 1m26,600s – novo recorde para a pista – deixando Raikkonen a mais de meio segundo, ao passo que Vettel voltava a ter uma má qualificação e não ia além de terceiro.
Se alguém ainda esperava que na corrida os Ferrari se poderiam ‘aguentar’, não foi nada disso que aconteceu, e mesmo descontando os azares do final com os furos, a verdade é que até Valtteri Bottas, que veio do nono lugar da grelha conseguiu chegar-se aos Ferrari. Foi tão claro este trunfo de Hamilton, que liderou como quis, alcançando a sua quarta vitória da temporada, que poderá ter sido determinante para o restante campeonato.
Por isso, não foi de estranhar que a imprensa italiana tenha feito ‘soar’ os alarmes em Itália. La Gazzetta dello Sport escreveu que “A Derrota da Ferrari é a pior desta época”. É lógico que o resultado final da corrida foi comprometido pela questão do pneus, ‘culpados’ por impedir Sebastian Vettel de ir ao pódio e quase comprometer que Kimi Raikkonen o conseguisse, os ‘media’ italianos não deixaram passar despercebido o que aconteceu à Ferrari no Grande Prémio da Grã-Bretanha: “A Ferrari não atravessa uma boa fase. A Mercedes ultrapassou os seus problemas enquanto a performance da Ferrari enfraqueceu progressivamente. Maranello tem de começar de novo”.
O ‘Corriere della Sera’ considerou mesmo que a controvérsia do ‘caso’ do óleo queimado, e mais recentemente as suspeitas de um fundo flexível no SF70H, acabaram por afetar a performance da Ferrari.
Agora, resta perceber o que nos reservam as próximas corridas sendo certo que até aqui foi bom, uma grande luta entre duas marcas, mas os sinais de fraqueza da Ferrari são claros, e para o provar nada mais é preciso para além dos números. Desde o GP do Mónaco, a Mercedes e os seus pilotos somaram 151 pontos face a 79 da Ferrari. Sintomático!
José Luís Abreu
