F1: Pirelli com pneus que se degradam depressa

23/03/2017

A Pirelli afastou alguns receios de que as corridas de F1 este ano se resumissem a uma obrigatória paragem nas boxes para a utilização dos dois compostos nomeados. O construtor milanês garante que os seus pneus vão denotar sinais de degradação, apesar das maiores dimensões permitirem uma maior dispersão de calor do que os seus antecessores. A Pirelli diz que as equipas não devem estar muito preocupadas com as variações de estratégia de prova para prova, pois tal não vai ser necessário. “Vão haver menos paragens que no ano passado, é certo. Uma paragem depende dos níveis de degradação, porque se tivermos degradação pode-se fazer um bom número de voltas, pois não faz sentido trocar os pneus. Mas acho que menos paragens não significam menos espetáculo. Talvez sim ou talvez não. Não há uma correlação direta”, afirma Mario Isola, responsável da Pirelli para a F1.

Muitos pilotos foram capazes de fazer muitas voltas com os mesmos pneus nos testes de Barcelona. Mario Isola diz que é errado sugerir que a degradação atual é nula. O italiano diz que o objetivo da Pirelli é que se desça dois segundos por volta na performance ao fim de 10 voltas. É um equilíbrio entre o aumento do andamento e a quantidade de combustível que os carros gastam. O que na teoria o faria ser um segundo por volta mais lentos a cada dezena de voltas. Contudo esses números irão provavelmente descer devido à performance e apoio aerodinâmico que os novos F1 têm, pois isso tem implicações ao nível das cargas que as borrachas dos pneus sofrem. Isola teme que os receios dos pilotos pararem para nas últimas voltas para a paragem obrigatória são talvez exagerados. “Isso certamente aconteceria se a degradação fosse próxima do zero – e se há três compostos com diferentes tempos por volta. Mas o pedido que nos fizeram foi ter uma diferente degradação e não zero degradação”, sublinhou Isola.

Nuno Barreto Costa/Autosport