Fórmula 1 caminha para os 1300 cv em 2021

05/04/2017

O mote está dado, a Fórmula 1 vai continuar a aumentar a potências das unidades motrizes que equipam os F1, e depois das atuais já terem atingido os 1000 cv, em alguns casos, em algumas situações e não com todos os construtores de unidade motrizes, as próximas já se pensa poderem apontar para algo à volta dos 1300 cv.

Como é público, a FIA e a FOM reuniram-se com os fornecedores atuais, alguns possíveis novos (o Grupo volkswagen esteve representado), de motores para a Fórmula 1, já a pensar em 2021. A fórmula parece ser esta: motores mais simples, mais potentes, mais barulhentos e mais baratos. Os atuais V6 turbo híbridos são muito complicados, muito caros e demasiado… silenciosos.

Este ano, a restrição a quatro motores por época e por monolugar também afeta as equipas. Por exemplo, Lewis Hamilton no final do GP da Austrália baixou a performance do motor para o poupar; as equipas sentem esta necessidade devido ao restrito número de motores que podem ser utilizados e quem ‘sofre’ acabam por ser as corridas. Pior que isso, para 2018 existe a possibilidade de se baixar ainda mais este número, passarem a ser apenas três motores, com o objetivo de baixar os custos e a Honda, já veio dizer que o corte no número de motores custa mais do que a sua produção.

Jean Todt mostrou-se satisfeito com os progressos feitos por esta “geração híbrida”. Os construtores desenvolveram para este ano motores entre os 900 e os 1000 cv e a consumir menos 30%, para além de terem ficado mais próximos que nunca dos 50% de eficiência térmica.

Ross Brawn esteve presente como Diretor Técnico da FOM, assim como a Mercedes, Ferrari, Honda, Renault, Alfa Romeo, Audi, Cosworth e Ilmor, os construtores aparentemente interessados. Brawn, à saída da reunião mostrou que esta é a decisão mais importante a tomar, “antes de pensarmos sobre o conceito do monolugar para 2021 temos de responder à questão do motor. Tudo depende disto”.

Depois da reunião Todt mostrou-se satisfeito com as conclusões a que se chegou “é positivo que tantos participantes consigam concordar na direção a seguir para os motores”. Daqui a dois meses os construtores devem apresentar propostas concretas para o futuro, para então depois se decidir o rumo a seguir.

Tendo em conta o que se ouve, os novos motores deverão manter a arquitetura básica das atuais unidades motrizes, mas para além da parte mais complicada do seu conjunto, que deverá dar passos atrás na sua simplicidade, a potência que se pretende extrair atinge uns expressivos 1300 cv, sendo que a forma de lá chegar é simples, dois turbos…

A forma pensada para tornar menos complexas as unidades motrizes, passa pela retirada da MGU-H (Faz recuperação de energia dos gases de escape, é uma máquina elétrica que quando funciona como motor, converte energia elétrica em energia mecânica. Quando funciona como gerador, a MGU converte energia mecânica em elétrica) continuando o MGU-K, o sistema de recuperação de energia cinética através dos travões, que poderá ser extensivo às rodas da frente, pois para já só as traseiras cumprem a função de recuperação.

José Luis Abreu/Autosport