Não tanto pelo andamento que imprime, mas sim pela quantidade de acidentes que já teve. Até quando venceu, no México, não o fez sem cometer um enorme erro que poderia ter estragado tudo. Chegou à Sardenha depois de mais duas provas complicadas, mas na PE5, já estragou tudo com novo despiste.
E Andreas Mikkelsen à espreita: “Vimos de duas provas difíceis na Argentina e Portugal e estamos muito focados para regressar à espiral positiva que nos permitiu ganhar no México” disse antes desta prova. Nada disso, ainda não é desta. Mas vamos recordar como tem sido a época…
Monte Carlo: Abrir a lista…
O rali de Kris Meeke foi de mal a pior. Teve uma saída larga na quarta especial e bastava que o tivesse feito uns metros à frente para ter continuado em prova sem qualquer dano no carro. Não! Foi acertar na última pedra que existia na berma em muitas centenas de metros, danificando seriamente a suspensão dianteira direita. Regressou em Super Rally, voltou a parar na 10ª especial com um problema mecânico, penalizou no troço seguinte 50s para efetuar reparações, realizou as duas últimas especiais, mas na ligação, bateu num carro, deixando o C3 WRC muito danificado.
Suécia: Capotou nos testesNa Suécia, nem esperou pela prova pois Kris Meeke capotou o C3 WRC nos testes , e condicionou um pouco o programa de testes da equipa para o Rali da Suécia, prova que enfrentou com o peso de três despistes em três semanas. Dois no Monte Carlo, um num troço, outro numa estrada de ligação, e depois o capotanço nos testes para a Suécia onde, voltou a fazer das suas, saindo de estrada na PE14. Tudo se passou numa esquerda em que a traseira do C3 WRC se ‘passou’ e o despiste, sem mais consequências que não a perda de tempo – foi inevitável: “É difícil para mim ter confiança depois de dois ralis tão difíceis. Contudo não vou desistir”, sublinhou Kris Meeke no final da prova.
México: Vitória com susto
O que aconteceu na derradeira especial do Rali do México foi um dos momentos mais incríveis da história do WRC. Apenas a poucos metros do final da PowerStage, Kris Meeke perdeu o controlo do seu C3 WRC e saiu de estrada. Não bateu em nada por milímetros, e sem saber para que lado estava virado, ainda fez uma pequena gincana até conseguir regressar à estrada, mas fê-lo a tempo de vencer o rali com 13.8s de avanço para Sébastien Ogier. Não podia haver maior drama num final de rali, e este é um dos acontecimentos que vai diretamente para a história do WRC.
O que se viveu na motorhome da Citroën foi absolutamente incrível, pois toda a equipa seguia os últimos quilómetros da PowerStage com atenção para poder festejar o triunfo que se antevia, quando, na última curva da especial o piloto britânico saiu largo, despistou-se, quase bateu num carro estacionado, ficando em cima das quatro rodas. Uma entrada para a estrada estava mesmo ali ao lado, mas Meeke não viu e por isso fez uma gincana entre carros estacionados até achar a entrada na especial, reentrou no troço e ganhou o rali. Nesses momentos, na motorhome da Citroën o desespero que se viveu por cerca de trinta segundos, deu lugar a uma euforia desmedida. Do inferno, ao céu, em trinta segundos. É caso para dizer “God save the win…”
Azar para a Citroën, com Kris Meeke a abandonar o Rali da Córsega quando liderava. O piloto do C3 WRC chegou ao final da sexta especial com o motor do seu carro a fumegar, o que não deixava antever nada de bom e isso mesmo confirmou-se logo a seguir.
Argentina: Despiste atrás de despiste
Mais dois despistes para Kris Meeke no Rali da Argentina. “No primeiro, fui totalmente apanhado de surpresa. Um salto fez-me perder o controlo. O carro estava muito difícil de pilotar”. Do segundo, nem falou, pois foi ‘daqueles’ que podia ter acabado muito mal. Numa zona super-rápida, a cerca de 200 Km/h, deixou fugir a traseira do C3, tocou na berma e o que se seguiu foram uma ‘dúzia’ de carambolas, onde Meeke e Nagle se podia ter aleijado fortemente. Depois disso, chegou a Portugal bem pressionado “Foi dramático na Argentina, nada correndo como o planeado, algo que acontece às vezes e que temos que colocar para trás das costas. Sinto-me bem embora não possa dizer que estou a transbordar de confiança” disse, antes de Portugal.
Portugal: Mais azar…
Oito despistes em sete ralis. Um triunfo tirado a ferros, através de um estacionamento dum troço, marcam para já uma muito má época de Kris Meeke, que de vez em quando faz maravilhas com o carro, mas noutras, comete erros atrás de erros. Mais uma vez, um mau resultado em perspetiva…