No penúltimo troço, Latvala voltou a largar a margem face a Tanak e controlou depois o seu andamento na derradeira especial, oferecendo a primeira vitória à Toyota, que chega ao triunfo logo no segundo rali da sua curta carreira após o regresso, depois de um interregno competitivo da marca japonesa de 17 anos. Fez-se história no Rali da Suécia, com Latvala a regressar aos triunfos, o que não acontecia quase há um ano (venceu no México 2016). Como se não bastasse, e para provar a enorme confiança com que está Latvala… venceu a Power Stage!
Se o seguindo lugar de Monte Carlo foi obtido com um pouco de sorte à mistura, já este triunfo, mesmo tendo sido fruto de um erro do piloto que liderava a prova, é resultado de uma prova muito consistente, sempre com resultados nos lugares da frente das especiais. De tal forma que até estamos a estranhar ‘este’ Latvala, que mais parece ter emulado o seu chefe de equipa, o tetracampeão do Mundo de Ralis, Tommi Makinen, que sempre aliou a rapidez natural, a uma grande frieza e total alheamento à pressão, algo que Latvala nunca foi capaz. Foi curiosa a conversa que Latvala revelou ter tido ontem com Makinen, que lhe tirou pressão de cima dos ombros: “Ele disse-me para esquecer tudo o resto e concentrar-me na pilotagem, esquece a afinação, simplesmente guia…”. Foi o que Latvala fez, e resultou em pleno…
Ott Tanak volta a assegurar um lugar no pódio e desta feita, o segundo da geral, melhorando em uma posição o resultado obtido em Monte Carlo. Sem problemas mecânicos, desta feita, exceção feita a um pequeno contratempo com a caixa de velocidades, mostrou que se tem de contar com ele para as lutas na frente dos ralis, pois está a mostrar um andamento muito rápido, não comete erros, e a justificar perfeitamente a escolha de Malcolm Wilson para para parelha com Ogier.
Dani Sordo termina novamente como o melhor dos Hyundai, no quarto lugar, sendo, curiosamente, claramente o mais lento dos três Hyundai. De Neuville já tudo dissemos, mas Hayden Paddon teve o azar de ver a direção assistida do seu carro falhar no início do terceiro dia de prova, o que o atrasou muito, nunca mais conseguindo recuperar.
Quinto lugar para Craig Breen, que é novamente o melhores dos Citroën, só que desta feita com um C3 WRC nas mãos. O piloto irlandês foi cauteloso na prova, chegou a fazer um terceiro tempo, mas andou essencialmente entre a sétima e nona posições dos troços. Mas a exemplo de Meeke, tem queixas para fazer do carro mas disso vamos tratar noutro lado.Elfyn Evans repete o sexto lugar do Rali de Monte Carlo, isto depois duma prova cautelosa, onde nunca teve pneus para lutar com as mesmas armas dos pilotos equipados com Michelin. Queixou-se sempre da aderência, e fez o que pode com o que tinha.
José Luis Abreu/Autosport