Ross Brawn: “A Fórmula 1 está numa encruzilhada”

20/06/2017

Os atuais motores V6 turbo híbridos introduzidos na F1 em 2014, depois de discussões entre os construtores têm sido criticados por serem demasiado complexos e dispendiosos. Colocam a ênfase na eficiência, mas Ross Brawn afirma que a modalidade não devia focar-se tanto nas tendências do mercado automóvel devido à velocidade e que devia mudar de direção,

“Penso que há uma grande vontade de trabalhar em conjunto para fazer este desporto avançar. Penso que atualmente há muita ansiedade, porque as equipas não sabem bem o que esperar, mas mesmo assim apoiam bastante o que fazemos”, afirma Brawn. O diretor desportivo da F1 afirma que a modalidade tem de repensar um pouco o seu paradigma e que a FIA, as equipas e os construtores têm de perceber o que fazer. “Penso que a F1 está um pouco numa encruzilhada, porque o mundo automóvel vai numa direção diferente – carros elétricos, carros com pilha de combustível, condução autónoma – e isso não é a Fórmula 1”, considera o britânico.

“Como vamos encontrar um caminho relevante para o futuro? Precisamos de alienar os fãs, porque se não os tivermos a ver este desporto então não temos nada”, defende Ross Brawn, que considera ser importante ter um equilíbrio entre o desafio técnico, que a F1 tem de continuar a ter, “mas não exagerar nisso a um ponto em que se torna numa distração das corridas. Mas é preciso dizer que a atitude das equipas tem sido muito positiva e com a FIA estamos a trabalhar bastante para encontrar boas soluções para o futuro”.

Nuno Barreto Costa