Olda a marca de carros de corrida de Oliveira de Águeda

31/07/2017

A Olda, de Águeda, surgiu em 1954 e rapidamente conquistou o papel de favorita nas corridas, não só devido à qualidade do projecto como ao excelente nível de condução de Joaquim Correia de Oliveira, piloto e técnico do veículo, e de Ângelo Costa, responsável pela preparação dos motores. Acabava de nascer uma nova marca nacional de automóveis exclusivamente vocacionada para a competição. Denominava-se Olda, contracção de “Oliveira de Águeda”, retendo as letras mais importantes para a designação final.

O embrião desta nova marca era idêntico ao de outros construtores nacionais, utilizando a base mecânica do Fiat 1100, em particular o chassis e o motor, com grandes transformações. No chassis, à semelhança do que já tinha sido feito por outras marcas, optou-se pela inversão do chassis, fazendo com que o eixo traseiro ficasse colocado acima das longarinas e não em baixo delas como era normal nos automóveis convencionais de passageiros. A suspensão traseira – com mola de lâminas – foi também alterada, pois a diminuição do peso geral do conjunto permitiu retirar algumas lâminas. Na suspensão dianteira, as modificações foram mais radicais pois a existente – com quadriláteros e molas helicoidais – foi pura e simplesmente retirada, dando lugar a uma suspensão de Volkswagen, de rodas independentes – semelhante às dos Porsche e dos Denzel da época, com as suas famosas barras de torção. A carroçaria foi efectuada com a colaboração de Ângelo Costa, que esteve envolvido em muitos projectos, com a sua experiência. Foi construída no Porto, numa pequena oficina situada no Largo do Viriato. Com uma linha de cintura muito baixa, o Olda apareceu pintado num azul metalizado de grande efeito, que contrastava com a generalidade dos outros veículos nacionais.

Logo na prova de estreia, a II Taça da Cidade do Porto, no Circuito da Boavista, em 27 de Junho de 1954, terminou na terceira posição atrás de Ernesto Martorell e de Joaquim Filipe Nogueira, ambos em Denzel.

Na continuação do desenvolvimento do carro, e com a finalidade concorrer na classe Sport, que tinha o limite superior fixado nos 1.500 c.c., a escolha de um novo motor recaiu num Borgward de quatro cilindros. De acordo com Correia de Oliveira, o motor, depois de completo e rodado, deveria desenvolver entre 90 a 95 cv de potência.

A participação do Olda nas competições durou apenas três anos e decorreu entre as épocas de 54 e 56, destacando-se não só os bons resultados obtidos quer na Boavista quer em Monsanto, como também o excelente 2º lugar na classe de 1500, obtido no circuito internacional de Tanger.

Ficha técnica
1954
Portugal
80 CV
4 cilindros
1493 c.c.
4 velocidades
500 Kg
165 Km/h