Carros autónomos potenciam o consumo de álcool

19/09/2017

A chegada dos veículos que fazem todos os trajetos sem qualquer intervenção por parte dos humanos pode significar um bom negócio também… para os fabricantes de bebidas alcoólicas

Se é uma daquelas pessoas que até gosta de consumir bebidas alcoólicas quando vai a almoços e jantares, ou durante uma saída noturna, mas tem sempre de estar com o máximo controlo para evitar ultrapassar os limites legais, a condução autónoma pode trazer boas notícias. Segundo um estudo da Morgan Stanley, a chegada dos sistemas de piloto automático vai ter como consequência o aumento na venda de bebidas com álcool. Isso deriva do facto das pessoas não terem de estar tão restringidas (embora devam ter sempre em atenção e não beber em excesso…) e poderem passar a beber “mais um copo ou dois…”

Um dos analistas da Morgan Stanley, Adam Jonas, explica que “os carros autónomos e partilhados podem expandir o público das bebidas alcoólicas e ao mesmo tempo reduzir os acidentes e mortes nas estradas”. Este estudo realizado em solo americano indica mesmo que existe maior probabilidade das pessoas beberem no interior dos carros, tornando os automóveis em bares sobre rodas. Quando os fabricantes falavam nas novas formas de passar o tempo a bordo dos automóveis com a condução autónoma, acreditamos que não era bem isto que eles tinham em mente…

Para aqueles que estão alerta relativamente ao potencial perigo dos condutores retomarem o controlo do automóvel embriagados, nos veículos que vão permitir a passagem entre condução humana e automatizada, uma das soluções pode passar pela sua monitorização e o bloqueio da ignição nestas situações. Mesmo sem o advento da condução autónoma, esta é uma das possibilidades que está já a ser prevista pela legislação na União Europeia.

Uma última referência para o facto da indústria das bebidas alcoólicas poder não ser a única a ganhar com a chegada destas novas formas de mobilidade. Também a sétima arte está a preparar-se já para aproveitar as capacidades dos múltiplos ecrãs a bordo para comercializar conteúdos, e segundo estudos o montante obtido através da venda de filmes e séries para serem vistos durante as viagens pode significar receitas na ordem dos 20 mil milhões de dólares anualmente.

Nuno Fatela

Fonte: Autoblog