Será um avião? Será um comboio? Não, é o Super-Drone que chega a voar para salvar vidas. Estudos publicados no Jornal da Associação de Médicos dos Estados Unidos mostram que estes novos equipamentos podem ser uma solução para acelerar o socorro a doentes em paragem cardíaca. A investigação foi realizada na Suécia, com recurso a versões de oito rotores que estavam equipados com desfibrilhadores e os resultados foram encorajadores. Os testes realizados na localidade de Norrtalje, escolhida pelos muitos engarrafamentos durante a época balnear que dificultam a passagem dos meios de socorro, demonstram que os drones podem efetuar tarefas médicas, pois o seu tempo de resposta foi bastante mais rápido. Foram realizadas várias chamadas ‘simuladas’ para o 112 e na maior parte dos casos os objetos voadores foram muito mais rápidos, num caso demorando apenas 4 minutos enquanto a ambulância levou 20 minutos a chegar ao local. Esta situação explica-se por dois fatores, pois além dos drones não terem de se desviar dos carros também podem fazer a rota mais direta, não precisando de seguir pelas estradas marcadas por curvas e trajetos mais longos.
No entanto, este estudo para avaliar se os drones podem efetuar tarefas médicas é ainda preliminar e levanta várias questões. Desde logo a necessidade de estar junto do paciente alguém que saiba utilizar o desfibrilhador. Além disso, esta situação seria apenas um primeiro apoio, sendo sempre necessário transportar para o hospital a pessoa que sofreu a paragem cardíaca, algo que obviamente o drone não consegue. Por isso, mesmo que seja uma opção numa primeira fase de reanimação, as equipas especializadas continuam a ser essenciais para a estabilização e transporte em condições adequadas para uma unidade de saúde. Ou seja, “os drones podem efetuar tarefas médicas” por acelerarem o socorro às vítimas nestes casos de paragem cardíaca onde cada minuto conta, mas não substituem o papel fulcral que as ambulâncias e staff especializado continuam a ter. E, claro, desde que nestes trajetos se mantenham longe dos aeroportos…
A introdução de drones como apoio a equipas de emergência foi já demonstrada pela Land Rover, que levou ao Salão de Genebra de 2017 o Discovery Project Hero, equipado com um destes objetos voadores que auxilia nas missões de procura e salvamento a pessoas perdidas ou feridas nas zonas montanhosas.
Nuno Fatela
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