Fabricantes germânicos lançam aviso aos Estados Unidos

26/01/2017

A entidade que representa a indústria automóvel alemã avisou que a política protecionista da economia alemã será “um tiro nos pés” a longo prazo.

Após a saída do TPP (Tratado Transpacifico de Comércio Livre), são esperadas mais movimentações por parte do executivo americano liderado por Donald Trump com vista a um maior protecionismo económico das empresas dos Estados Unidos, o que poderá significar fortes prejuízos para aqueles que exportam produtos para o país, como a indústria automóvel. Uma das medidas a ser ponderadas é a saída do NAFTA, o tratado de comércio da América do Norte, que poderá penalizar aqueles que fabricam veículos em solo mexicano para os vender nos Estados Unidos. Algo que foi já antevisto por Donald Trump, que até ameaçou colocar taxas aduaneiras de 35% para os BMW Série 3 fabricados no México, e que levou agora a entidade que representa os fabricantes automóveis alemães, a VDA, a reagir, avisando que o fim do NAFTA iria ser um “golpe importante” para a economia alemã.

Matthias Vissman, responsável máximo da VDA, foi ainda mais longe e afirmou que “ao introduzir tarifas ou taxas de importação, os Estados Unidos dariam um tiro no pé a longo prazo”. A razão para esta tomada de posição está relacionada com a crescente presença de marcas como a Audi, BMW e Mercedes naquele que é o segundo maior mercado automóvel do mundo, onde os fabricantes germânicos vendem cada vez mais automóveis.

A VDA também aproveitou esta ocasião para tomar uma posição sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, avisando que uma saída pouco amigável (o denominado Hard Brexit) irá ter também repercussões negativas para a economia britânica e também dos restantes estados da comunidade. Afirmando que uma saída a mal “implica riscos significativos – para o Reino Unido como para toda a União Europeia”, Matthias Vissman veio afirmar que devem ser feitos todos os esforços para que os ingleses mantenham o acesso ao mercado livre europeu. A verdade é que estes dois casos, que podem trazer uma política de maior protecionismo económico, podem ter efetivamente um impacto forte a nível mundial, e especialmente importante para os fabricantes germânicos premium, que têm vindo a ganhar progressivamente quota de mercado fora do seu país e assim apresentar consecutivamente recordes de vendas.