Ferrari acusada de cortar quilometragem dos carros

28/02/2017

A acusação tem origem em Palm Springs, onde um antigo funcionário diz que o conta-quilómetros de um LaFerrari voltou ao zero, aumentando o valor do carro em mais de um milhão de dólares.

Robert Root, um veterano vendedor da Ferrari em Palm Springs, acusa um concessionário e a representante da marca nesta região da Florida, juntamente com um abastado cliente, por cortar quilómetros aos modelos da marca. Após ter colocado um processo onde afirma que que foi despedido num caso de discriminação relativa à sua idade quando descobriu a farsa, ele indica que o caso terá mesmo origem na própria fábrica da marca, em Itália, onde terá sido ensinado aos técnicos como efetuar esta burla. Na acusação é dito que a ferramenta de diagnóstico DEIS Tester permite retirar quilómetros aos automóveis, mas que é necessária luz verde (concedida de modo eletrónico) de Itália para completar o procedimento. Esta prática ilegal faz com que o valor dos automóveis suba, aumentando os lucros no momento em que os proprietários os vão revender.

Segundo refere este antigo vendedor, um LaFerrari esteve no concessionário de Palm Springs para fazer o conta-quilómetros regressar ao 0, o que aumentou o valor do superdesportivo híbrido em mais de um milhão de dólares. É ainda referido que existe uma política com origem na própria fábrica do Cavallino Rampante de ensinar aos técnicos a proceder a este “reset”. Robert Root faz mesmo menção a uma data, março de 2015, referindo que nessa altura os técnicos da Ferrari terão estado no centro de produção a aprender os procedimentos.

A representação da Ferrari de Palm Springs já reagiu à acusação, afirmando que “O concessionário não vai entrar em processos judiciais pelos jornais. Obviamente acreditamos que o caso não tem credibilidade e vamos defender-nos vigorosamente em tribunal”. Neste ponto de venda da marca italiana, Robert Root conseguiu vender automóveis no valor de 2.000.000 dólares em 2015, obtendo comissões de 200.000 dólares. No entanto, em janeiro de 2016 foi despedido com a razão de que naquele mês apenas tinha vendido um automóvel no valor de 1,4 milhões de dólares, e foi obrigado a arrumar a secretária e acompanhado até ao exterior por um segurança. Após o proprietário ter contratado para o seu lugar uma mulher com quem entretanto se casou (e que Root alega que na altura era amante do dono do concessionário), a Ferrari de Palm Springs voltou a contratar Robert em março de 2016, segundo ele por medo que ele trouxesse a público esta prática de colocar os conta-quilómetros a zero. No entanto, diz que desde então tem sido vítima de práticas em retaliação devido ao seu comportamento neste caso.

 

Fonte: Daily Mail e CarScoops