O mar, a ria e muito mais

04/03/2017

A uma hora do Porto e a três de Lisboa, a região de Aveiro oferece-nos uma diversidade difícil de encontrar. Entre o mar e a ria, a cidade, as dunas e os parques verdejantes, a gastronomia e a cultura, uma experiência enriquecedora

Está a tornar-se um hábito voltarmos a locais onde, decorridos alguns anos, encontramos um novo arranjo dos espaços, um aprimorar das estruturas que, provavelmente, espelha um novo empenho por parte de quem as gere. Aveiro é um bom exemplo e, mesmo que muita coisa esteja por fazer, na cidade e ao redor da lindíssima ria, a verdade é que há hoje uma oferta que sublinha a aptidões naturais.

Parte de uma das regiões do país com maior potencial turístico e económico, Aveiro tem, na verdade, um passado voltado para o mar e para a cultura, duas vertentes de que imediatamente nos damos conta quando percorremos os quatro canais que justificam o cognome de Veneza portuguesa, ligando o centro e a zona histórica dominada por coloridos edifícios Arte Nova (Aveiro é também conhecida como a capital deste estilo arquitetónico do princípio do século passado).

Pela Veneza Portuguesa

A pé, percorrendo calçadas cuidadas e detendo-nos num dos inúmeros cafés para provar os imperdíveis ovos moles, ou a bordo dos caprichosamente decorados moliceiros que encontraram, enfim, uma nova vida, depois da apanha do sargaço se tornar injustificada com o surgimento da agricultura química, Aveiro oferece-nos múltiplos encantos que a aproximação à cidade, rodeada de prédios em ruinas, não deixa adivinhar.

Além de edifícios históricos, como a Igreja da Misericórdia, ou o Convento de Jesus, também conhecido como Convento de Santa Joana, onde está alojado o Museu da Cidade, vale a pena perdermo-nos sem destino nas ruelas que conduzem a praças amplas, depois de, pela manhã visitarmos o animado mercado do peixe onde voltaremos mais tarde para almoçarmos naquele que é um dos melhores restaurantes de peixe e marisco na região.

Estamos, assim, prontos para conduzir durante cerca de oito quilómetros até Ílhavo, terra com uma forte tradição pesqueira, muito bem retratada no seu Museu Marítimo cuja visita (5 euros) recomendamos vivamente a adultos e crianças. Na vila, que aloja ainda hoje algumas das mais importantes empresas de transformação de bacalhau, não deixe igualmente de visitar a antiga fábrica da Vista Alegre que alberga o museu desta conhecida marca de porcelana, quiçá herdeira de uma tradição milenar de que ainda hoje sobram felizes resquícios: a arte da azulejaria, aqui iniciada pelos árabes. Perto, na Praia da Barra, pode apreciar aquele que é o mais antigo farol de Portugal e o passeio até a praia da Costa Nova, para apreciar as famosas casas às riscas é igualmente obrigatório. Conhecidos como os Palheiros da Costa Nova, aquilo que são agora casas de férias que dão um colorido único à marginal eram no passados armazéns de uma divisão única onde os pescadores guardavam redes e outros utensílios.

Eco-sistema único

Para o segundo dia sugerimos a descoberta da ria e do imenso litoral que desce desde Ovar, pelo Furadouro, passando pela Torreira, ate São Jacinto, localidade conhecida pela excelente praia e, sobretudo, pelas dunas que formam uma barreira natural entre o mar agreste e a terra fértil, dando origem a um eco-sistema que é o paraíso de aves, como flamingos e cegonhas.

Uma vez que daqui não existe ligação por terra a Aveiro, o melhor é iniciar esta incursão, precisamente em São Jacinto e ir, tranquilamente, apreciando a paisagem até chegar à Torreira, outra praia bem conhecida pelo extenso areal e, no verão, por uma vida local intensa, com barraquinhas típicas e, principalmente, restaurantes de peixe para deixar recordações. Por estes dias, alguns (poucos) estabelecimentos apenas abrem durante o fim -de-semana, pelo que além de um passeio a pé à beira mar, pouco mais há para fazer.

Ao atravessar a ponte, de regresso a Aveiro, tome a estrada estreita a sua direita e conduza devagar junto à ria. Em silêncio, descubra milhares de aves que aqui se refugiam dos rigores do inverno noutras paragens da Europa.

Regresse pela mesma estrada e tome a direção de Murtosa e, depois, Estarreja, para, pela A29, primeiro e, depois, A25, alcançar Aveiro – evite a estrada nacional que o obriga a atravessar povoações sem qualquer interesse em demoradas filas de trânsito

Em Aveiro, fim desta viagem, opte, agora, por uma refeição ligeira: um inesquecível prego no prato que é há muito o mais do que justificado cartão de visita do restaurante Rossio, mais conhecido por “O Augusto”, precisamente na Praça do Rossio, bem no coração da cidade.

Antes de regressar a autoestrada, rumo a Lisboa ou Porto, é tempo para reabastecer no Posto Galp… Depois de uma paragem igualmente obrigatória na Casa Peixinho para comprar os doces que há muito dão fama a esta confeitaria de eleição.

Até ao Porto, pela A25 ou pela A1, a viagem demora pouco mais de uma hora, e até Lisboa conte com cerca de três horas para cumprir os 270 quilómetros, pela A1.

Tudo em um

Demos ao novo Mitsubishi Outlander PHEV aquela que é a utilização para que “nasceu”. Com quatro adultos a bordo, após uma viagem de 260 quilómetros em autoestrada, aventuramo-nos fora de estrada por trilhos enlameados e pernoitamos perto de Oliveira de Azeméis. A viagem em autoestrada foi cumprida no modo Híbrido Paralelo, ou seja, “a cargo” do motor de combustão a gasolina, com 2.0 litros de cilindrada e 120 CV de potência – acima dos 120 Km/h, o motor elétrico traseiro, com 60 KW, dá “uma ajuda” quando necessitamos de potência adicional. A bateria pode ser carregada nas tomadas das nossas casas, nos pontos de carregamento, ou, em alternativa, por via do gerador ativado pelo motor de combustão. Nesta situação o consumo aumenta em cerca de 1,5 litros, ou seja, dos 8,0 litros em andamento normal, para cerca de 9,5 litros nos 30 KM que demora o carregamento completo. Para uma utilização mais tranquila, nas aldeias em redor do Hotel Vale do Rio, o modo Híbrido em Série apenas recorre aos dois motores elétricos de 60 KW, na frente e na traseira; acima dos 120 Km/h ou quando a bateria esgota a carga (que dá para cerca de 20 quilómetros) entra em funcionamento o motor de combustão. Por fim, já na cidade de Aveiro, socorremo-nos, apenas, do modo EV (exclusivamente elétrico que anuncia uma autonomia de 52 quilómetros).

A Mitsubishi remodelou aquele que é o híbrido Plug In mais vendido na Europa, dando-lhe uma aparência muito mais elegante e reforçando as aptidões de conforto deste SUV que se destaca, sobretudo, pelo espaço (para pessoas e bagagem) e conforto, além de nos oferecer, como vimos, a possibilidade de uma utilização em cidade em modo exclusivamente elétrico. Em Aveiro foi assim que nos deslocamos à descoberta da cidade e ainda tivemos energia para chegar a Ílhavo.

O novo Mitsubishi Outlander PHEV custa ,,, euros e é uma solução plena de argumentos para quem precisa das características de um SUV (espaço, conforto e deslocação fora de estrada) e tem necessidade de cumprir bastantes quilómetros em cidade.

Hotel

Para esta viagem, marcada pela vertente ecológica, o Hotel Vale do Rio, em Palmaz, perto de Oliveira de Azeméis, revelou-se a escolha perfeita.

Envolto por uma deslumbrante paisagem de floresta, este hotel (premiado como o Melhor Ecoturismo) apenas utiliza energias renováveis (hídrica, solar, fotovoltaica, biomassa e biodiesel) tendo mesmo a particularidade de produzir mais energia do que aquela que consome. Além disso, a decoração de cada um dos seus 30 quartos é inspirada num dos elementos da natureza: Terra, associada à flora e fauna da região, Ar, do ambiente natural, Água do rio Caima que corre ali mesmo ao lado e Fogo, resultado da exposição solar vantajosa. Em complemento dos espaçosos e confortáveis quartos, destaque para as salas bem equipadas e para o SPA com uma ampla piscina de jatos.

Júlio Santos

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