Saiba porque o Reino Unido quer eliminar as lombas redutoras da velocidade

02/08/2017

São um dos elementos que mais irritam os automobilistas. Lombas e mais lombas, colocadas em cima do piso ou criadas artificialmente através da elevação das passadeiras, com a missão de reduzir a velocidade. Queixam-se dos solavancos. Da má sinalização referente às mesmas. Do estrago que provocam nas viaturas. Da missão com que foram criadas (reduzir a velocidade). Do trabalho que dão: obrigam a travar e a reduzir a marcha, a operar a caixa de velocidades, às vezes de forma desenfreada quando de repente nos damos conta de que “vem aí uma lomba!”

Ora, poderíamos dizer-lhe que foi precisamente à conta destas ‘irritações’ que o Reino Unido decidiu abolir as lombas, preocupados com o conforto dos condutores e dos seus passageiros, com os danos nos amortecedores, rótulas de suspensão ou pneus dos automóveis.

Mas não: o motivo é outro e está diretamente ligado à recente decisão de eliminar o Diesel e gasolina das suas estradas até 2040 — a redução da pegada ambiental do parque automóvel circulante.

Como é do conhecimento público, andar mais devagar não significa necessariamente que nos encontramos a consumir menos combustível ou a provocar menos danos na atmosfera. Já vimos que as lombas e ressaltos obrigam o condutor a parar bruscamente, e a adoptar uma condução menos linear, e por isso mais agressiva no que a acelerações, desacelerações e manuseamento da caixa de velocidades diz respeito. E essa situação tem obviamente impacto no meio ambiente.

Quem o diz é a “The Automobile Association”, que com um dos seus mais recentes estudos (http://www.theaa.com/public_affairs/news/20mph-roads-emissions.html) provou que as lombas têm como consequência o aumento das emissões produzidas pelos automóveis. Neste caso, de 47% em vias com um limite de 30 mph (48,3 km/h) e de 41% em vias com um limite de 20 mph (32,2 km/h). A bem da verdade, convém esclarecer que este estudo se realizou com um sistema que estima os consumos e as emissões de CO2 e não o que atualmente mais preocupa as autoridades britânicas (e os próprios fabricantes de automóveis), o NOx.

Além da retirada das lombas e do fim do Diesel e da gasolina, o Reino Unido estudo eliminar alguns semáforos e ajustar o seu tempo de atuação como mais uma forma de reduzir a pegada ambiental gerada pelos automobilistas.