Menos carregamentos
Mais importante do que dissecar tecnicamente cada solução, importa ver até que ponto cada modelo gere a energia e interage com o utilizador. Uma coisa é certa: o incremento da autonomia, para além de diminuir o número de carregamentos para quem diariamente faz uma média de 50 a 60 km, reduz muito o stress quando os percursos são mais longos, inclusivamente em autoestrada, onde a recuperação de energia praticamente não existe por haver menos travagens e desacelerações.
Foi para provar isso que escolhemos um trajeto misto, que nos levou de Lisboa a Setúbal, por autoestrada, e uma componente de cidade. Os resultados foram surpreendentes nos três casos e não andaram muito longe uns dos outros, graças a uma gestão elétrica cada vez mais apurada, a par de um controlo térmico das baterias que tem evoluído bastante, independentemente da marca de cada uma. E se a Renault continua fiel à LG, a BMW mantém a parceria com a NEC, enquanto a BMW prefere a Samsung. Todas elas propõem uma gestão térmica ativa, razão pela qual os valores de autonomia são hoje bastante mais fiáveis.
Uma boa surpresa
Todos foram postos à carga de véspera, o que permitiu às baterias partirem com a capacidade máxima e, no final, os resultados apurados não divergiram muito dos anunciados. Na chegada a Setúbal, após 74,9 km percorridos, o Renault Zoe ainda marcava uma autonomia para 267,9 km, enquanto o BMW i3 anunciava a possibilidade de cumprir mais 173 km. Um valor muito bom que tem resulta da boa gestão do sistema elétrico e da enorme capacidade de regeneração de energia, especialmente nas desacelerações. Já o Nissan Leaf chegou a Setúbal com 152 km. Contas feitas, verificámos que o consumo variava entre os 12.2 kWh do BMW e os 16,2 kWh do Renualt ZOE, passando pelos 14,9 kWh do Nissan, um valor que o carro japonês manteve até final.
No regresso aproveitámos para experimentar na autoestrada os modos mais expeditos para avaliarmos a forma como cada uma aproveita a potência disponível: 170 CV no caso doBMW i3, 109 CV no Nissan Leaf e 92 CV no Renault ZOE. Passado esse período de pura diversão voltámos ao modo Eco no Nissan e no Renault, enquanto no BMW selecionámos o Eco Pro, um modo menos restritivo que o Eco Pro+ usado na primeira parte da prova. Isto porque na cidade a melhor regeneração do i3 permitia manter o mesmo nível de consumo.
No fim, os valores de autonomia alcançados, somando a distância percorrida com o resto da autonomia, mostraram que os números não andam muito longe dos valores que cada uma das marcas diz alcançar.
O Renault ZOE foi o que ficou mais próximo (290 km, menos 10 km), seguido do Leaf (200,4 km, menos 49,6 km) e o BMW i3 ( 229 km, menos 71 km).
Marco António/Turbo
Fotos: José Bispo
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