Kali a pequena deusa do sorriso

14/01/2017

Esta miúda de oito anos chama-se Kali e foi quem me alegrou o Natal, ao vê-la pela manhã. Vive com a mãe e os irmãos no passeio, junto ao hotel onde tenho ficado os últimos dias. Quando vou jantar, os mais novos já estão a dormir, os três alinhados num cobertor estendido no chão.

Aqui a Kali estava numa das suas tarefas diárias, a dar banho a um dos irmãos. Na outra fotografia mostra-me um desenho que exprime o seu habitual estado de espírito.

É fantástico como esta miúda, que vive na rua, emana uma alegria contagiante. Nunca a vi sem ser a rir e bem disposta, seja quando brinca com outros miúdos na rua ou quando me levou até à porta de um hotel depois de me ter visto procurar um bar na rua que tinha música e estava fechado. “Aqui há boa música que eu oiço, vinda do terraço do ultimo andar”.

Às vezes vamos comer um gelado ao fim do dia, que ela adora, mas muitas das vezes leva-o, sem lhe tocar, para o dar à mãe.
Mesmo quando faz um ar amuado por eu não lhe comprar as flores que a mãe andou durante o dia a arranjar em ramos lindos, mantém uma alegria na cara que não se vê na maioria das crianças que têm o que pensamos serem todas as razões para se sentirem felizes. A Kali é o exemplo vivo de que não é o dinheiro que traz felicidade. É o amor que recebemos e transmitimos a quem nos rodeia.

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*Francisco Sande e Castro está a dar a volta ao mundo de moto e M24 publica diariamente o seu livro de bordo. Acompanhe-o nesta grande aventura

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