Um bar num 64º andar com vista sobre Banguecoque

10/04/2017

Quando saíamos de manhã do hotel em Bangkok, para visitarmos uma infernal feira onde a Maria queria fazer umas compras antes de partir, ela pediu ao guarda do hotel para nos tirar uma fotografia juntos na moto e, ao recolher a máquina, esticou-se para a esquerda, desequilibrou a moto, e eu: “cuidado, Maria, cuidado, cuidado”… catrapum, fomos os dois parar ao chão. Nenhum de nós ficou com uma perna lá de baixo mas, como sempre são mais de 300Kg de moto, a força sobre o volante deixou a direção fora do lugar. Nada que umas pancadas secas num dos lados não voltassem a colocá-la no sítio. Mas para levantar a moto com as malas tivemos que ser os três a fazer força.

Lá arrancámos para  Chatuchak Market a vinte e tal quilómetros de onde estávamos, o que no transito de Bangkok equivale e uma boa hora de caminho, a “furar” bastante.

Passámos ali uma grande parte do dia e por acaso gostei porque vi peças de mobiliário e decoração lindas e ainda comprei dois relógios de pulso antigos, para provavelmente os vender em Portugal.

Saídos da feira passamos em casa de um casal onde tinha deixado algumas coisas da Maria e minhas, visitamos um centro comercial para comprar as botas All Stars com que a minha filha sonhava, e fomos beber um copo, ao final da tarde, ao Sky Bar, um sítio fenomenal no 64º andar da State Tower, com vista fabulosa sobre a cidade. Cá em baixo uma menina bem vestida seleciona os clientes, não deixando subir uma turista que vinha de sandálias e jeans assim como outros miúdos de quem ela não gostou das roupas ou sapatos.  A rapariga ainda apontou para a Maria, que também estava de sandálias, mas a recepcionista não ligou às suas reivindicações.

O Sky bar tem uma cúpula majestosa em alvenaria e vidro, onde entra o elevador, e à saída da qual existe um patamar com um quarteto a tocar música clássica para uma plateia que está em baixo de uma imponente escadaria a jantar ao ar livre ou a beber um copo no bar adjacente. Simplesmente fabuloso. Visita imprescindível em Bangkok.

Jantámos depois num restaurante daquela parte central da cidade, servidos por um dos muitos travestis que povoam este país e que são muitas vezes empregado(a)s de bares, restaurantes ou hotéis e fui levar a Maria ao aeroporto, mais uma vez num trajeto de pouco mais de vinte quilómetros feito numa hora. De carro demoraria perto do dobro, certamente.

Vou ter saudades da miúda. Foi uma excelente companhia.

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*Francisco Sande e Castro está a dar a volta ao mundo de moto e M24 publica o seu diário de bordo. Acompanhe-o nesta grande aventura

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