Durante a segunda guerra mundial a ilha foi invadida pelos japoneses mas, com o fim da guerra, passou a fazer parte da Indonésia.
Os portugueses, ao contrário dos holandeses, misturavam-se com as populações locais e deixaram por lá não só nomes de famílias como a religião católica. Quase todos os perto de dois milhões de habitantes da ilha são católicos.
A estrada que apanhei para sair do porto de Labuan Bajo começava por subir uma serra num trajeto muito sinuoso e traiçoeiro, com várias partes em obras, pequenos troços em terra, desníveis no alcatrão e zonas a escorregarem muito. Já não chovia, mas o alcatrão ainda estava encharcado. Passava pouco das quatro da manhã e não se via ninguém nem um único carro. Durante a primeira hora só me cruzei com um camião e duas “scooters”, que rodavam juntas. Fui andando devagar e achei graça ver algumas casas muito humildes com iluminações de Natal.
Quando o dia começou a nascer, pelas cinco e meia, fiquei encantado com a beleza da paisagem que me rodeava. Muita vegetação e vales lindos. Um grande lago lá em baixo, com as margens a ziguezaguearem pela serra, produzia uma imagem de autêntico postal.
Pelas sete da manhã parei num pequeno restaurante que tinha um ar mais limpo que os outros e tomei um pequeno-almoço de arroz com grelos e um ovo cozido.Segui depois até Ruteng. Cerca das dez da manhã começou a dar-me o sono e voltei a parar para beber uma laranjada. Eram onze quando cheguei a Aimere, a vila onde embarcaria para o próximo destino. Comecei por ir ao porto saber quando tinha barco para West Timor, a parte da ilha que pertence à Indonésia. Disseram-me que sairia um no dia seguinte às oito da manhã.
Fui então à procura de sítio onde ficar e indicaram-me um pequeno resort com cabanas junto à praia, a meia dúzia de quilómetros.
O dono, descendente de portugueses embora não falasse a língua, chamava-se Francisco Rosário.
Instalei-me e fui para o bar, junto à praia deserta, onde fiquei a ler e tomei vários banhos naquela água morna durante o resto do dia. Era o único cliente mas ao fim da tarde chegou uma simpática italiana que explora uma empresa de mergulho na ilha com quem jantei um excelente peixe apanhado no dia e cozinhado pelo Francisco.
Despedi-me e embarquei.
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*Francisco Sande e Castro está a dar a volta ao mundo de moto e M24 publica o seu diário de bordo. Acompanhe-o nesta grande aventura
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