Transportes mais sustentáveis
Um dos setores que beneficia com os biocombustíveis é o dos transportes. A bioenergia avançada está, aliás, já a ser empregue, permitindo soluções de transporte mais ecológicas. Os transportes movidos a biocombustíveis, como o B15, B30 (isto é, gasóleo que pode conter até 15% e 30% de biodiesel, respetivamente) e o Zero Diesel (B100), têm demonstrado uma redução significativa das emissões de dióxido de carbono (CO2), contrastando com os combustíveis fósseis, assinala a ABA. Esta associação refere que, quando comparados com o gasóleo, os biocombustíveis avançados emitem menos 84% a 97% de CO2.
Além dos transportes rodoviários, o setor marítimo também está a beneficiar desta solução, refere a ABA que acrescenta que o próprio setor da aviação está a explorar o potencial dos biocombustíveis sustentáveis para reduzir as emissões, tornando a frota aérea mais eficiente e ambientalmente responsável.
“Espera-se que nos próximos anos a utilização e produção de biocombustíveis continue a tendência de crescimento registada”, estima a ABA, “contribuindo para um ambiente urbano mais limpo e para a descarbonização transversal aos vários setores”.
A ABA salienta que a bioenergia avançada permite às cidades transformar os seus resíduos em recursos valiosos, tanto sob a forma de biocombustíveis líquidos como gasosos, promovendo a economia circular. “Os resíduos alimentares, como restos de comida, podem ser convertidos em biometano em aterros ou centrais especializadas, enquanto os óleos alimentares usados e outras gorduras podem ser tratados para produzir biocombustíveis líquidos”, aponta.Além disso, prossegue a sua explicação, “resíduos florestais e industriais também podem ser convertidos em biogás e biocombustíveis avançados. Estes processos geram energia renovável, que pode ser utilizada em diversos setores essenciais para a economia portuguesa, contribuindo para a sustentabilidade e eficiência energética”.
Indústria mais descarbonizada
Na indústria, a bioenergia avançada já está a substituir combustíveis fósseis tradicionais em processos de produção de energia para fábricas e indústrias, indica a ABA. Cidades com polos industriais, como Setúbal e Sines, estão a implementar soluções verdes, como por exemplo, o biometano, ajudando a reduzir as emissões e a tornar as operações mais sustentáveis.
“À medida que as cidades enfrentam os desafios das alterações climáticas, a bioenergia avançada será um pilar vital na construção de um futuro mais verde. Nos próximos anos, prevê-se um aumento da produção de biocombustíveis avançados e da sua aplicação nos setores industrial e da mobilidade. A transição para energias mais limpas permitirá que as cidades portuguesas se tornem mais sustentáveis e preparadas para enfrentar os desafios ambientais globais”, afirma Ana Calhôa, Secretária-Geral da ABA.