M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador
Durante os primeiros anos de condução autónoma, a presença de condutores humanos vai continuar a gerar um fator de imprevisibilidade. Como é que as inteligências artificiais vão reagir no futuro? A resposta pode vir da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça, que já gerou um algoritmo que permite a cada carro funcionar de forma independente dentro de um grupo, o que vem facilitar a vida dos condutores humanos.
M. Francis Portela
M. Francis Portela
Investigador

O projeto chama-se AutoNet 2030 e permite que cada veículo dentro de um grupo analise a área em seu redor. Atualmente, quando veículos autónomos seguem em conjunto, o que circula na frente toma, essencialmente, ‘comando’ do pelotão que segue atrás dele, com a sua inteligência artificial a tomar decisões para todos os outros.

Mas o que acontece quando um condutor humano se aproximar de uma comprida fila de pesados? O veículo da frente não ia saber que aquele estava lá, obrigando o condutor humano a um longo e frustrante período sem possibilidade de ultrapassar.

Com a implementação do novo algoritmo nas inteligências artificiais dos automóveis, os veículos mais próximos do carro conduzido por um humano iriam notar a presença deste e adotar um ritmo que daria espaço ao humano para prosseguir, ao mesmo tempo que cada I.A. iria comunicar ao carro não-autónomo a sua direção e velocidade.

O algoritmo é uma evolução do atual sistema pertença da DISAL (Laboratório de Distribuição de Inteligência Artificial e Algoritmos), e representa de acordo com o diretor da empresa, Alcherio Martinoli, “10 anos de trabalho com este tipo de sistemas. Vai permitir a máquinas não muito inteligentes, como carros, trabalhar de forma complexa em grupo”, adaptando-se à entrada e saída de cada veículo de um grupo.

Mesmo sem o fator humano presente, este sistema é uma benesse para grupos de veículos, permitindo uma maior adequação de cada máquina individual às condições da estrada e de trânsito, trabalhando em conjunto durante a fase em que vários veículos partilham a mesma direção, mas permitindo que cada um siga o seu caminho individual conforme o plano original de viagem. No entanto, vai ser preciso esperar até 2030 para o vermos completamente em ação.